Coronavírus: indicação de leituras


Se você ainda não leu Albert Camus, escritor francês do século XX, eis o momento certo para se aventurar em sua obra mais reconhecida, A Peste. Como o próprio nome afirma, a peste é um vírus contagioso a exigir contenção, segregação e controle dos corpos, vivos ou mortos. 
Mais do que isso, A Peste, obra prima, foi considerada por muitos como metáfora do nazismo, implicando na noção de que uma determinada ideia também pode se constituir num vírus que adoece e mata os indivíduos. 
O que foi o nazismo, senão isso? O fascismo e o stalinismo? Atualmente essas doutrinas autoritárias estão em ascensão mais uma vez, por isso ler Camus é delicioso e pertinente.



José Saramago, um dos grandes escritores portugueses, dentre tantas obras preciosíssimas que escreveu, brindou-nos também com As Intermitências da Morte e o famoso Ensaio sobre a Cegueira, que tornou-se filme. Ambos trazem reflexões propícias às questões contemporâneas.
O que seria a vida e a sociedade se não houvesse morte? Como os seres humanos lidariam com a infinitude? Saramago apresenta sua visão peculiar aos leitores.
Em Ensaio sobre a Cegueira, o cenário de caos, contaminação, sujeira, barbárie e desespero é chocante. Porém, ao mesmo tempo, redentor.
Por mais que Saramago fosse de uma lucidez realista desconcertante, as vezes até pessimista, seus livros trazem a redenção, quase sempre apontando um caminho. Talvez o caminho da criação, da possibilidade de imaginar, das artes e da literatura.


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