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Mostrando postagens de 2017

2017

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Aos que estão nascendo, sejam bem-vindos!

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Desejar Feliz Natal e um Novo Ano de Paz é tarefa árdua se optarmos pela sinceridade e pela honestidade. Não pela falta de desejo, mas pelo vazio do significado. Ao terminar um ano tão difícil e doloroso como 2017, faltam-nos palavras e energias para expressar nossa fé no futuro. Estou errada? Proponho-me então esse enorme desafio, que implica em dar uma chance a mim mesma e aos outros seres humanos, próximos e distantes, de viver numa sociedade mais solidária, compreensiva e acolhedora, já que somente nesta é que será possível realizar-se algo que temos denominado felicidade. Sim, parto desse pressuposto, de que a paz e a felicidade não são "estados de espírito" apenas individuais, são "modos de ser" coletivos. Com esse propósito, escrevo uma pequena carta aos que nascerão em 2018, incluindo especialmente meu sobrinho ou sobrinha que se encontra a caminho. Para você que está chegando Não se espante: seja bem-vindo! Por aqui há misérias de

Dia Internacional dos Direitos Humanos

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http://site.cfp.org.br/10-de-dezembro-dia-internacional-dos-direitos-humanos/

A Lua e Cidade Colorida: animações preciosas

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Duas animações maravilhosas e delicadas, a encantar nossos corações e alegrar nossas vidas no período natalino. Vale a pena contemplá-las!  A LUA CIDADE COLORIDA

Poema - Qual será nosso futuro?

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Corpos fraturados almas degradadas. Qual será nosso futuro? Lágrimas vermelhas  dores invisíveis. Qual será nosso futuro? Seres decompostos infâncias destruídas. Qual será nosso futuro? Qual será nosso futuro? NOTA: Fotos realizadas em oficinas de fotografia que participei, a partir das quais surgiu este pequeno poema.

A arte que nos reabilita: indicações para a dignidade

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Para resgatar a dignidade de todos nós, para cultivar a possibilidade de nos entendermos a todos como seres iguais em humanidade, sem demérito de raças, crenças ou condição sócio econômica; para reconquistar nossa potência de sentir, compartilhar e buscar algo próximo à felicidade, registro duas importantes obras: uma cinematográfica e outra literária. Eu Não Sou Seu Negro é um documentário avassalador, concorrente ao Oscar deste ano. Apresenta ao público a história dos negros americanos narrada pelos próprios negros. Um filme absolutamente crítico, portanto de difícil digestão, a nos propor questionamentos, incômodos e reflexões. Creio que as questões tratadas neste documentário são pertinentes ao Brasil também. Sob um outro prisma, magnificamente lírico, o escritor apaixonante Valter Hugo Mãe nos auxilia a reabilitar uma certa fé no mundo, por intermédio da afetividade nas relações pessoais. Seu romance O filho de mil homens, como tantos outros, toca profundamente nossa sen

Ética e comoção: diálogos com Judith Butler p.2

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Dando continuidade à proposta da postagem anterior, segue o texto-diálogo com Judith Butler, escrito por mim em 2016 para o Congresso Brasileiro de Psicodrama, sobre ética, luto e ausência de comoção social. Ética, Luto e Comoção: um diálogo com Judith Butler - Segunda parte Nossos Mortos Têm Voz: Um Grito Por Justiça Atualmente, com expressão internacional, o Movimento Mães de Maio (SP) conclama que "Os Nossos Mortos têm Voz". Formado por mulheres cujos filhos foram assassinados por policiais militares a partir de 2006, o grupo vem conseguindo criar uma outra narrativa para a morte de seus filhos, na luta por reconhecimento da vida que eles perderam. Trata-se de uma luta política, mobilizada pela indignação e pela dor de perda irreparável, buscando sensibilizar a sociedade para que se importe, para que não permaneça indiferente.  Através da internet e de apoios de outros grupos, as Mães de Maio constituem uma frente de resistência, promoven

Ética e comoção: diálogos com Judith Butler p.1

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Em função da histeria nas redes sociais, promovida por grupos ignorantes que tentam impedir a participação de uma importante filósofa americana no Evento do SESC Pompéia a partir do dia 7/11, denominado Os Fins da Democracia, publico o texto que escrevi em 2016 para o Congresso Brasileiro de Psicodrama, sobre ética, luto e ausência de comoção social. A publicação será realizada em 2 postagens.  Judith Butler, é imprescindível esclarecer para quem não conhece sua obra, foi uma das filósofas que discutiu as teorias de gênero e sexualidade nos anos 80 e 90, propondo novos conceitos e abordagens sobre o tema. No século XXI, Butler vem se debruçando acerca de outras questões, especificamente sobre ética, populações em condições precárias de sobrevivência, ausência de luto e comoção. No evento do SESC, a filósofa estará lançando os livros Caminhos Divergentes: Judaicidade e Crítica do Sionismo e A Vida Psíquica do Poder: Teorias da Sujeição.  Ética, L

Filme Doc: a construção da masculinidade

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Encontra-se no Netflix este reflexivo e necessário documentário sobre a construção da masculinidade, que em última instância acaba propiciando os altos índices de violência em que vivemos. O documentário é norte americano e os números apresentados referem-se aos EUA, porém, podem ser extrapolados ao Brasil, em que aproximadamente mais de 20 jovens por dia são mortos, na faixa de 12 a 26 anos, especialmente homens e negros. A relação entre os meninos e seus pais - não mães - é destacada, bem como a cultura da violência, em que estes meninos são incentivados a resolver os problemas através da agressão aos próprios amigos e familiares. Um filme que merece nossa atenção e discussão.

Dia dos Professores

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O amanhã da infância

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Hoje eu gostaria muito de comemorar a infância de todas as crianças com olhos brilhantes de alegria. Gostaria de distribuir abraços calorosos, plenos de esperança em um futuro mais decente. Hoje eu gostaria muito de pronunciar as mais belas palavras, repletas de sol e doçura, para aqueles que nasceram depois de mim. Gostaria de acolhê-los partilhando sonhos e força no amanhã. Hoje eu gostaria muito que as lágrimas de todos nós fossem de amor e não de solidão, de ternura e não de ódio. Gostaria que nos dispuséssemos a nos comover com nossos pequenos e, quem sabe, aprender esse difícil exercício de se colocar no lugar do outro. Hoje eu gostaria muito de contemplar crianças e adolescentes cujas existências significam mais do que os sentidos fúteis e consumistas que os shoppings proporcionam. Gostaria de encontrá-los em baladas artísticas e educativas, apoiadas por adultos, para criar maneiras novas de questionar o mundo. Hoje eu gostaria muito de poder dormir sabendo que

Ciclo de Debates Opressões

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Teve início neste dia 4/10, o Ciclo de Debates Opressões, no SESC Piracicaba.  “Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade estruturada pelas opressões que perpetuam desigualdades e ceifam sonhos. Como diria Manoel de Barros: “é preciso TRANSVER o mundo”, superar as mazelas que assolam as relações dos homens e mulheres e descortinar o horizonte em esperança, dedicação e mudança.  Para contribuir nesse incessante desafio, o Sesc traz em sua programação o Ciclo de Debates Opressões. Por meio da arte e debates provocaremos os presentes a refletirem sobre racismo, LGBTfobia, questão indígena, machismo e a crise dos refugiados. Estás preparad@ para a reflexão? O ciclo de debates, organizado por professores estaduais de Piracicaba, acontecerá ao longo dos meses de outubro, novembro e dezembro, durante cinco noites não consecutivas, em cada noite abordando um tema específico Não dê bobeira e fique de olho nas datas e temas! - 04/10: Questão Indígena -

Homossexualidade e Terapia: a ética profissional

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Esta semana, conforme toda a mídia tem divulgado, incluindo os programas de televisão, o assunto da chamada "cura gay" voltou a ser debatido em todo o Brasil.  Um grupo de psicólogas (os) acionou o Judiciário contra o Conselho Federal de Psicologia, solicitando permissão para realizar "terapias de reversão da sexualidade", um tipo de intervenção que carece de fundamentação científica, produz sofrimento e por isso é proibida no Brasil pelo CFP. Muitas são as tentativas de esclarecer a população sobre o assunto. Vale a pena seguir o Facebook do Conselho Federal de Psicologia, pois todas as matérias relevantes da mídia estão sendo postadas. Não é a primeira vez que o CFP é questionado em sua  RESOLUÇÃO N° 001/99 , que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Seguindo a tendência mundial dos anos 90, no sentido de despatologizar a orientação sexual da homossexualidade, ou seja, de não considerá-la como doen

Uma jornada de saúde mental na Amazônia

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Mais um documentário, na área de saúde mental, que merece reconhecimento! Um trabalho inovador, realizado por uma equipe de psicólogos e psicanalistas de SP, junto à escritora e jornalista Eliane Brum.  A equipe desenvolveu rara intervenção de escuta junto aos Refugiados de Belo Monte - Amazônia -, cidadãos que foram obrigados a se deslocarem das áreas ribeirinhas nas quais habitavam, e por isso acabaram sendo vítimas de diversas patologias.  O documentário não é uma exposição arbitrária desta população; muito pelo contrário, é o depoimento dos profissionais que tiveram o privilégio de conhecê-los, tratá-los e acompanhá-los por algumas semanas. 

Leituras educativas: pais e filhos

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Muitos pais e educadores sentem-se desorientados em relação às crianças e adolescentes da geração atual. Os livros da psicóloga e escritora Tânia Zagury foram escritos em uma linguagem acessível, sem perda de conteúdo. Por isso, tenho o hábito de indicá-los a todos os interessados. Temas como falta de limites, disciplina, autoridade, ética, novas tecnologias, escola, cidadania e relacionamento com os filhos são abordados por Tânia Zagury, oferecendo aos leitores novos recursos para lidar com estas situações. Boa leitura! http://www.taniazagury.com.br/livros-para-professores/

Holocausto Brasileiro: um documentário

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Holocausto Brasileiro não é um documentário fácil de assistir. Muito pelo contrário, trata-se de uma película de difícil digestão, pois aborda a temática dos manicômios, nos quais as pessoas consideradas doentes mentais eram abandonadas, violentadas e assassinadas por maus tratos. Baseado no livro de Daniela Arbex, Holocausto Brasileiro investiga e apresenta ao público o terror do Hospital Colônia em Barbacena, MG, uma realidade vivida por muitos outros hospitais de "saúde" mental. A importância de assistir e divulgar esta obra prima documental reside na possibilidade de criarmos, cada vez mais, recursos críticos e políticos que nos permitam jamais retroceder à práticas bárbaras como essas, no atendimento aos portadores de doenças mentais. A reforma psiquiátrica brasileira transformou o modelo de cuidados em saúde mental, mas muitos problemas continuam e outros vêm surgindo.  Por isso, com a finalidade de manter viva a memória da barbárie para que ela não se re

Caríssimo pai

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Sentindo a falta da sua presença, querido pai, fiquei a pensar se as palavras poderiam ter um caminho apaziguador dentro de mim, ainda que provisoriamente. Afinal, para que servem as palavras senão para isso, caríssimo pai? As palavras do século XXI estão perdendo os sentidos, sabe, estão sendo abandonadas no limbo da história humana. Ninguém entende direito o que está a ocorrer neste mundo que nunca foi lúcido, mas que agora desandou a uma tal enfermidade sem nome. Faltam palavras para nomear quais são os sintomas que nós, habitantes do planeta Terra, estamos produzindo. Nem os psiquiatras dão conta do remédio! Mesmo assim, mesmo com o nazismo renascendo e o ódio se encarnando novamente nas relações entre as pessoas e entre as nações, eu sei que você preferiria estar vivo, junto a nós, enfrentando a doença da humanidade – não é mesmo, pai?! Sim, porque a sua vitalidade sempre foi algo contagiante! A morte não lhe seduzia, já a vida... sempre eterna no pensamento e no

FLIP: uma experiência

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A 15ᵃ Edição da Festa Literária Internacional de Paraty ocorreu de 26 a 30 de julho deste ano, 2017. Mesmo com dificuldades financeiras, os amantes da literatura, estudantes e profissionais de ciências humanas e artes, os turistas, os autores e escritores puderam se enriquecer culturalmente e afetivamente neste magnífico Encontro. O autor homenageado desta FLIP foi Lima Barreto (1881-1922), assinalando o tema do racismo, presente em nossa sociedade desde sempre. Como escritor e jornalista negro do fim do século XIX, Lima Barreto sofreu muitos preconceitos, tornou-se alcoólatra e foi internado em hospícios, morrendo com apenas 41 anos. Suas obras mais conhecidas são O Triste Fim de Policarpo Quaresma e O Homem Que Sabia Javanês. A questão do racismo foi abordada e debatida apropriadamente em diversas Mesas do Evento. Uma das mais interessantes contou com a presença do ator e apresentador Lázaro Ramos, possivelmente a maior estrela da FLIP. Lázaro lançou o livro Na Minha Pe