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Mostrando postagens de 2009

Para um novo ano

Nada de lição de moral, nem torturas mentais ou conselhos à moda auto-ajuda. Não. É tempo de relaxar e quem sabe refletir, sentir algo que possa tocar. Cada qual com suas dores, angústias e alegrias. Cada qual com seus desejos, alguns realizáveis e outros nem tanto. Pudéssemos todos nos compreender melhor uns aos outros, Nos olhar nos olhos uns dos outros, Nos abraçar com ternura ou nos afastar com carinho, quando necessário. Talvez ainda possamos, afinal estamos aqui, juntos e solitários ao mesmo tempo, tristes e felizes, estranhos e perversos. Assim é um pouco de nós - ou não?? Para começar de novo, para sonhar mais uma vez um novo ano... E nele viver tão somente o que for possível!

Manifesto pela criança

Participe da Campanha PUBLICIDADE INFANTIL NÃO. Em defesa da cidadania e dos direitos da criança, um manifesto, que já conta com o apoio de 72 entidades, aguarda a assinatura de todos aqueles que ficam indignados com os abusos cometidos à infância, sem qualquer punição e dentro da legalidade. Acesse http://www.publicidadeinfantilnao.org.br/ e proteja seu filho, contribuindo para que ele seja valorizado pelo que é, mais do que pelo que possui.

Publicidade e consumo na infância

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Para todos os pais e educadores preocupados com os excessos do mercado, no que diz respeito ao consumo infantil, vale a pena conhecer o Instituto Alana e seus projetos, através do site http://www.alana.org.br/ . Sabemos que a publicidade infanto-juvenil é impiedosa, fazendo uso abusivo de imagens que seduzem passivamente os pequenos e grandes consumidores. Basta observar a TV para constatar que até propagandas de carro estão sendo dirigidas às crianças atualmente. Muitas pesquisas apontam, inclusive, a obesidade, a agressividade e a erotização precoce como conseqüências do marketing mal intencionado, patrocinado por empresas cujo interesse está focado no lucro, tão somente e a todo custo. Resta-nos cumprir o papel de tentar proteger as crianças e os adolescentes, visto que a legislação brasileira não o cumpre. Diferentemente dos países mais desenvolvidos, nossa legislação é totalmente condescente com os interesses da publicidade e das grandes empresas. Lamentável para as crianças, tra

Drogas: para o bem ou para o mal?

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Para refletir com seriedade sobre os problemas que envolvem a temática das Drogas, é preciso redimensionar a principal questão: de quais drogas estamos falando e para que elas estão sendo utilizadas. Matéria da revista Super Interessante deste mês, A Pílula da Inteligência - A nova geração de drogas pode dar superpoderes ao cérebro, será que devemos tomá-las? - reafirma deliberadamente o paradigma da medicalização de nossa sociedade, apoiada por diversas indústrias farmacêuticas ( o site do fórum sobre o artigo exibe links de seus patrocinadores, é só clicar http://super.abril.com.br/forum/204670_assunto.shtml para conferir) Do mesmo modo que a indústria da beleza prosperou, sinaliza prosperidade também a farmacêutica do cérebro, vendendo ilusões e milagres grosseiros, sem qualquer ética ou pudor. Médicos neurologistas sérios não cansam de proclamar: medicar sim, medicalizar não. Qual a diferença entre as duas práticas? Medicar significa utilizar uma droga com finalidades terapêutica

Infância e Patologização: crianças sob controle

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Muitas crianças estão sendo submetidas a uma prática terapêutica que medicaliza excessivamente a infância, propiciando que diversos comportamentos e dificuldades, principalmente quando relacionados à escola, sejam abordados como doenças, síndromes ou transtornos. Essa lógica patologizante parece dominar o olhar dos profissionais, tanto na área de educação como na de saúde. Com a finalidade de prevenir a patologização das nossas crianças e adolescentes, chamando à responsabilidade os cuidadores, adultos, educadores e profissionais, o Conselho Regional de Psicologia de SP promove, em Campinas, um importante Debate: A Patologização e Seus Reflexos sobre o Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes. O Encontro será no próximo dia 7/11, 8:30 h, na Subsede de Campinas (19-3243-7877) e reunirá médicos pediatras, neurologistas, psicólogos e educadores. Parece ser urgente a necessidade de criarmos novos olhares e alternativas, que garantam uma infância tanto mais livre quanto saudável. Afinal,

Em Cena: dificuldades na escola

É um menino inteligente, mas aos olhos dos adultos, não parece. Sabe levantar pipa, jogar bolinha de gude, andar de bicicleta, desenhar. Mas não gosta de ficar parado, pensando. Quando assiste TV, movimenta-se feito macaco no sofá. Quando faz tarefas de escola, não consegue se concentrar. Todos reclamam de sua agitação. Sua principal cuidadora é a avó, com quem ele briga o tempo todo. Os pais ficam fora, trabalhando. Na escola, ele quer brincar. Tem 7 anos. É difícil ficar na carteira, prestando atenção na aula. A professora reclama, os amigos o querem bem. Alguns se chateiam, outros tentam ajudá-lo nas lições. Certo dia, a professora propõe um jogo diferente, que ele, com muita imaginação, já conhece e domina. É então que todos se surpreendem com as desconhecidas habilidades do menino. Esta pequena história foi vivenciada por alguns ( ou muitos? ) educadores, na vida real e na ficção do palco psicodramático. Talvez ela possa nos ajudar a prestar mais atenção nas diversas capacidades q

Agentes do Brincar

No sentido de valorizar a criança como sujeito, um ser que pensa, sente e cria, não apenas um objeto de nossa época, apóio neste espaço iniciativas que promovem a cultura da infância. Por isso, registro abaixo o projeto Agentes do Brincar, que vem sendo divulgado pelo movimento Aliança pela Infância. A Cooperapic e a United Way Brasil convidam para participar do projeto educativo Agentes do Brincar que será desenvolvido em parceria com a IPA Brasil Associação Brasileira pelo Direito de Brincar e apoio da Uni Ítalo. Este projeto tem como eixo principal o reconhecimento e a valorização do brincar e das atividades lúdicas como primordiais para o desenvolvimento infantil. O Agentes do Brincar tem por objetivo facilitar o aprendizado e a descoberta da importância do brincar, utilizando a metodologia da Ludoeducação, pois possibilita o desenvolvimento de ações sócio-culturais e lúdicas, utilizada para desencadear processos de educação não-formal com a finalidade de suprir novas necessidades

Convite: Diálogos Educativos

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Escolher um tema para discutir e propor vivências grupais é algo extremamente difícil, principalmente quando diz respeito a todo o universo que envolve crianças, adolescentes, pais e professores. O tema Dificuldades na Escola é bastante pertinente devido ao número de situações que acompanhamos cotidianamente, envolvendo as duas instituições, família e escola. Fobia escolar, agressividade, stress, problemas de aprendizagem, conflitos de relacionamento e indisciplina são apenas algumas das freqüentes queixas proferidas por todos os atores mencionados: crianças, pais e professores. Buscar alternativas para compreender estas questões, para refletir sobre elas através do diálogo e do conhecimento, pode ser um caminho interessante que exige, porém, disponibilidade e abertura a novas percepções. Temos ou não tal responsabilidade? É possível que sim, que cada um de nós, dentro do seu papel - tal como no teatro -, seja responsável pela sua própria atuação, participando também da atuação do out

Cultura e Identidade

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Brichos ( www.brichos.com.br ) é um desenho animado nacional, dirigido por Paulo Munhoz e Antonio Éder, de classificação livre, com 77 minutos de duração. Foi exibido nos cinemas a partir de 2006 e está disponível para compra em DVD, junto com o livro, obra literária em quadrinhos . O filme é o primeiro longa metragem paranaense de animação, apresentando ao público uma história muito interessante, na qual os personagens principais - Tales, Jairzinho e Bandeira, filhotes de jaguar, quati e tamanduá - aprendem a lidar com seus conflitos de identidade, pesquisando as origens de seus familiares e criando, assim, novas relações entre pais, filhos, professores e alunos. Em entrevista, o diretor Paulo Munhoz afirmou que a criação do filme teve como ponto de partida a fauna brasileira, desvalorizada por nós e pelas diversas mídias que fazem parte de nosso cotidiano. Devido a uma série de condicionamentos sociais, em geral achamos mais interessantes filmes, desenhos e outros produtos que vêm

Dos vínculos nossos de cada dia, um pouco de poesia...

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Nas ondas do mar, que vão e vêm ininterruptamente, residem as palavras que compõem canções de textos descontínuos, abertos a possibilidades, dispostos a olhares múltiplos. Melodia nem sempre terna, as vezes melancólica ou rancorosa... essas canções que buscam, contudo, a beleza da dor. Entre pais e filhos, entre homens e mulheres, entre amigos e inimigos, não poderia ser diferente: a música revela-se ora serena, ora tempestuosa, marcando compassos de ritmos por vezes irreconhecíveis. Não é possível dar conta. O movimento das ondas jamais será interrompido, mas nós podemos contemplá-las e, se quisermos, nelas mergulhar para, quem sabe, encontrar algumas conchas preciosas. Conchas de vida, conchas coloridas ou solitárias que então podemos guardar para nós, apenas por um tempo... Em outro tempo, corajosamente precisamos devolvê-las ao mar. Se no mar mergulhamos - incerto, louco, sem direção, indo e vindo com as ondas que dele fazem parte -, experimentamos o acaso, o ir e vir, as vezes cíc

Adolescência: partilhando a solidão

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É preciso olhar com mais cuidado para nossos adolescentes. Temos muitas informações sobre adolescência: uma fase de mudanças, de novas referências, de grupalização, de enfrentamento e timidez ao mesmo tempo, de encantamento com a sexualidade, de desejos e frustrações intensas. Apesar disso - ou até por isso -, não sabemos como lidar, como escutar ou mesmo falar com os adolescentes. É urgente a necessidade de se criar canais de comunicação, incentivando os adolescentes a dizerem como vêem o mundo e o que dele esperam, como sentem a vida e o que pensam do futuro, como vivenciam as relações de amizade e de paixão. Através de diversos tipos de grupos, seja na escola, na academia, na balada ou em família, os adolescentes criam uma forma própria de se comunicar, que não prescinde, no entanto, da atenção e do acompanhamento dos adultos. Podemos e devemos tentar compreendê-los, mantendo-nos perto e longe, firmes e afetivos, fortes e frágeis. Muitas vezes cobramos dos adolescentes posturas mais

Orientação: o papel dos pais

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Em nossos tempos, também a educação tornou-se um produto a ser vendido, consumido ou terceirizado. Muitos pais, inclusive, estão confusos frente a ausência de parâmetros para educar seus filhos. É preciso saber, no entanto, que filhos necessitam de pais presentes e disponíveis, desempenhando, tanto quanto possível, o papel que lhes cabe. · A relação com os filhos deve ser pautada na autoridade: podemos ser amigos, e é desejável que sejamos tolerantes e pacienciosos, mas também devemos ser firmes e assumir o nosso papel de orientador e guia. · Compete em primeiro lugar aos pais ensinarem as regras básicas de convivência humana: valores como respeito, disciplina, educação e colaboração precisam ser resgatados. · Todos os pais deveriam refletir sobre o que querem para seus próprios filhos: como desejam que eles se comportem, que valores gostariam que tivessem e em que mundo poderiam viver; a educação deve ser baseada nesses princípios, e não no que diz e oferece a televisão. · Permitir qu

Paternidade e Relações Familiares

Não é tarefa fácil refletir sobre o papel de pai em nossa sociedade. O movimento e a dinâmica da história da humanidade criaram configurações familiares outrora impensáveis. É preciso reconhecer que, nos dias de hoje, há diversas maneiras de ser pai, de cuidar dos filhos e de constituir uma família. A família tradicional e eterna, que se conserva a todo custo no tempo, não é mais soberana. Temos então muitos pais separados e filhos que habitam pelo menos duas residências. Novos laços amorosos, estáveis ou não, são criados, resultando muitas vezes nas chamadas famílias reconstituídas. São casais que já têm filhos de relações anteriores e por isso mesmo desempenham também o papel de padrastos ou madrastas. Casais adolescentes de namorados desenham ainda outros formatos de organização familiar, ao morar com seus próprios pais para cuidar dos filhos que vieram sem planejamento. Constatamos aqui a forte presença dos avós na educação das crianças. Poderíamos incluir, nessa breve descrição, a

A cultura do medo

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Um dos teóricos mais conceituados da atualidade é Zygmunt Bauman, sociólogo de grande prestígio e intensa produção intelectual. Livros como Medo líquido, dentre outros ( Modernidade líquida, O mal-estar da pós-modernidade ), investigam os males que atormentam nossa cultura, a ponto de nos tornar reféns de nosso próprio tempo, de nossa própria época. Como entender o adiamento do retorno às aulas no estado de SP ( e em outros ), com amplo apoio popular ao que parece, visando o controle do vírus da gripe suína? Para Bauman, a contemporaneidade é regida pelo medo. Vivemos sob o medo, a partir do medo, controlados pelo medo e também alimentados por ele. Apesar de tanta tecnologia, de tantos recursos criados pela humanidade para gerenciar o mundo, sentimos muito medo, somos demasiadamente vulneráveis. Talvez sejamos ainda mais inseguros do que nossos antepassados, posto que não somos capazes de conviver com a natureza, respeitando-a e aceitando-a. Ao mesmo tempo, fabricamos incessantemente

O educador facilitador

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No nosso mundo contemporâneo, repleto de informações e estratégias de controle a todo momento, é difícil ser um educador facilitador, seja no papel de pai, mãe ou professor. Somos estimulados, pela própria cultura na qual vivemos e participamos, a dar respostas para todas as perguntas, de preferência respostas que não exijam muita reflexão. Somos incentivados a explicar racionalmente os fenômenos que nos interessam, sem uma investigação mais sensível e profunda. Dessa maneira, muitas vezes sem perceber, não permitimos que nossas crianças e adolescentes desenvolvam a própria inteligência e criatividade. Para compreender o mundo e descobri-lo, é preciso ficar angustiado, ter ânsia de pesquisa, num ambiente que acolhe a curiosidade e a busca constante pelo conhecimento. Não me refiro ao conhecimento pronto, mas aquele que se constrói na experiência, na interação. Normalmente somos nós que ficamos ansiosos com as questões que nos são colocadas, pois entendemos que somos obrigados a respond

Obra aborda Psicodrama e Educação

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O texto abaixo foi escrito pelo colega e jornalista Rodrigo Alves , publicado em 5/07/2009 no Jornal de Piracicaba, por ocasião do lançamento de um livro sobre Psicodrama e Educação, do qual participo. Pela pertinência do tema e qualidade da matéria, resolvi publicá-lo aqui também. Em de junho de 1989, um restrito grupo de alunos e professores se reuniam em Tietê para a formação da Escola de Psicodrama. Ali, estudavam as possibilidades de aplicação da educação emancipadora, método que propunha a mudança na relação professor e aluno e que hoje possui muitos adeptos. As vivências daquele momento e as análises dos resultados se transformaram no livro Psicodrama e Emancipação — A Escola de Tietê, organizado por Moysés Aguiar e com participação da psicóloga e psicodramatista piracicabana Andréa Raquel Martins Corrêa. Dividida em 31 capítulos, a obra possui a colaboração de 30 autores, todos envolvidos com a pesquisa e aplicação do psicodrama — conhecido também como teatro espontâneo —, n

Gestação - Criação

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Um Momento Especial A gestação pode ser vivida como uma fase de crescimento, transformação e criatividade, preparando os pais no desempenho dos papéis de pai e mãe. Muitas expectativas acompanham esse momento diferenciado, gerando alegria e tristeza ao mesmo tempo, angústia e êxtase, medo e liberdade. É importante compreender e acolher os diversos sentimentos, fantasias e emoções que participam da gravidez, modificando a vida e as relações entre as pessoas. A Conquista Partilhada Inicialmente o bebê e a mãe formam um só ser, que permanece junto e inseparável. Mas é preciso incluir o pai, com seus direitos, deveres e afetos para com o próprio filho. O filho em gestação merece ser amparado por uma rede social adequada, que ofereça suporte afetivo aos pais, a fim de que estes possam desenvolver a maternidade e a paternidade da melhor forma possível. Ser pai e ser mãe é uma tarefa de grande responsabilidade, mas também de muita ousadia e coragem quando representa crescimento, amor e aceita

Convite - Lançamento de Livro

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Editora Ágora e Livraria Cultura convidam para o lançamento do livro Psicodrama e Emancipação A Escola de Tietê Organizado por Moysés Aguiar Dia 2 de julho de 2009, quinta-feira, das 18:00 às 21:30, na Livraria Cultura, Bourbon Shopping Pompeia - Piso Perdizes São Paulo Autores: Albor Vives Reñones, Alexandre Aguiar, Ana Cristina Benevides Pinto, Andrea Raquel Martins Corrêa, Angela Reñones, Antonia Polli de Arruda, Antônio Ramos da Silva, Áurea M. Guimarães, Carla Maria Vieira, Carolina Andaló Fava, Cecilia Masselli, Devanir Merengué, Gelse Beatriz Monteiro, Jamil Aidar, Lisette Laubi Contatore, Marcia Castagna Molina, Maria Elena Garavelli, Maria Eliza Suman de Godoi, Mari Martins, Marisol Watanabe, Miriam Tassinari, Norma Silvia Trindade de Lima, Pedro Mascarenhas, Ralmer N. Rigoletto, Raquel Pastana T. Lima, Regiane Bataglini Michelsohn, Thaís Helena Couto, Vera Aparecida Cunha, Viviane Giombelli. Nota: O Psicodrama é um método de trabalho que envolve uma filosofia de vida e um

Morte, Perda e Dor

Atualmente, através dos meios de comunicação, acompanhamos diversas discussões sobre como é possível prolongar a vida humana na Terra. Muitos recursos financeiros são investidos em pesquisas científicas, criando tecnologias que possibilitam o aumento da expectativa de vida. É fato que estamos interessados em viver mais e melhor, mas não podemos nos esquecer de nossa mortalidade, ou seja, somos seres mortais cuja condição existencial de vida é a própria morte. Falar sobre isso é ainda muito difícil, apesar das constantes notícias sobre guerras, homicídios, acidentes, doenças e outras formas de morrer. Todos nós vivemos experiências de morte, sejam elas reais ou simbólicas. Muitas vezes nos separamos, por algum motivo, de alguém que gostamos; nossos filhos, ao crescerem, vão embora e sentimos uma grande perda. Planejamos trabalhos que nem sempre conseguimos realizar e acabamos fazendo outras coisas. Em todas essas situações há um sentimento de morte presente, pois algo foi perdido e, evi

Homens e Mulheres: o encontro possível

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Apesar de ainda existirem muitos preconceitos relativos aos papéis masculinos e femininos, atualmente ambos os sexos desempenham funções muito semelhantes na sociedade: trabalham fora, responsabilizam-se conjuntamente pela educação dos filhos e são sexualmente ativos. Tradicionalmente, porém, quando um homem expressa seus sentimentos é taxado de homossexual. Já as mulheres, mesmo trabalhando fora, ganham salários menores do que os homens, pois “foram feitas para a maternidade”. Não necessitam, assim, da inteligência: são “pura sensibilidade e intuição”. Mesmo considerando a permanência desses estereótipos no imaginário brasileiro, tanto os homens quanto as mulheres estão buscando novos caminhos para as relações entre si. Ambos são frágeis, mesmo que não admitam. É nesta capacidade de reconhecer que somos todos frágeis, enquanto seres humanos, que reside a possibilidade do encontro. Admitir e assumir as próprias carências e necessidades afetivas, buscando nisso a conexão com o outro

Relatos: a escola e seus alunos

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Um grupo de adolescentes diz que não quer mais ir à escola. Estão cansados da rotina, dos conflitos e dos estudos. Preferiam que a escola não existisse. Outro grupo, de crianças, afirma gostar muito de ir à escola para ver os amigos, mas não para estudar. Sentem-se exaustos com tantas lições e avaliações permanentes. Os relatos sobre a escola são diversos, e podemos ouvi-los dos próprios estudantes quando estamos disponíveis. Relatos sobre brigas, dificuldades de relacionamentos, problemas com professores, exigências disciplinares e provas são constantes. Através deles é possível investigar representações e imagens acerca da escola. Muitos alunos, tanto do ensino público quanto privado, gostariam que houvesse um número maior de atividades esportivas, recreativas e artísticas no cotidiano escolar. Ressentem-se com o excesso de aulas e matérias, principalmente nos colégios particulares que, em geral, optam por uma aprendizagem mecânica e enciclopédica, privilegiando exigências do vestibu

Reflexão: Direitos da Criança

É muito triste acompanharmos pela mídia e pela vivência do dia-a-dia o quanto nossas crianças e adolescentes estão expostos a uma sociedade que prima por valores consumistas e individualistas, produtores, por si mesmos, de toda a violência que testemunhamos e também reproduzimos em nossas relações. O Nono Princípio da Declaração dos Direitos da Criança, que orienta nosso ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente ), afirma: “A criança gozará de proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma. Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação, ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.” Isto posto, fico a me perguntar por que o trabalho infantil das crianças mais pobres é tão combatido e o trabalho das crianças na mídia não é

A necessidade de Brincar

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DEIXE SEU FILHO BRINCAR: CRIANÇA QUE BRINCA É CRIANÇA FELIZ! De 24 a 31 de Maio será realizada a Semana Mundial do Brincar, que busca dar visibilidade à necessidade de brincar que todas as crianças têm. O site http://www.aliancapelainfancia.org.br/ revela uma iniciativa interessante por parte de todos aqueles que estão preocupados com o desenvolvimento das crianças. Com tão pouco espaço nas cidades, tantos compromissos e exigências, poucas são as crianças que brincam livremente nos dias de hoje. Precisamos nos lembrar, no entanto, que brincar é a linguagem da criança, ou seja, é a principal forma de comunicação infantil. Por isso, quando desejamos nos relacionar bem com uma criança, podemos brincar com ela ao invés de conversar. As crianças expressam sentimentos, pensamentos e valores ao brincar; exercitam a imaginação, se socializam e aprendem a se relacionar com o mundo de forma prazerosa. É muito importante permitirmos que as crianças brinquem. Seria mais interessante ainda se nos

Educação para a Infância

Os primeiros anos de nossas vidas são muito importantes. Por isso, vale a pena conhecer um pouco as etapas do desenvolvimento de uma criança. O Bebê - Desde muito pequenino, o bebê já reage a quase todos os estímulos do ambiente que o cerca. Um barulho muito forte, por exemplo, pode assustá-lo. O som e a imagem da TV não são recomendados, pois podem deixá-lo agitado. No entanto, músicas calmas e tranqüilas, assim como a voz suave da mãe ou do pai, colaboram para que ele se aquiete e se sinta seguro. - É importante acariciá-lo e aconchegá-lo ao colo, oferecendo-lhe o máximo possível de contato físico. Desta maneira, ele se sentirá amado. Olhá-lo nos olhos ao alimentá-lo também é uma atitude desejável, bem como conversar e brincar com ele. - Os bebês sofrem mais do que se pensa: têm sensações, fantasias e temores inconscientes que merecem toda nossa atenção. Não se deve nunca deixá-los chorar sozinhos, com a desculpa de que ficarão ”mimados”. A Criança Pequena - Palavras de ordem: bri

Artigo: A Patologização da Infância

O Conselho Regional de Psicologia ( www.crpsp.org.br ) vem organizando diversas palestras e discussões para o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, ambos comemorados em 18 de Maio. Balada dos Direitos: Juntos em Defesa da Vida , é o título do evento, realizado em várias cidades do interior de SP. Chama a atenção, tanto nas pesquisas apresentadas pelos profissionais quanto no atendimento diário a crianças e adolescentes, a tendência, cada vez mais crescente, de “patologizar” os problemas infanto-juvenis. Isto significa que dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento, consumismo ou isolamento social vêm sendo tratados exclusivamente como doenças, impondo a prescrição de medicamentos controlados, como os psicotrópicos. Em nome da proteção e do cuidado, constatamos, dessa maneira, um grande número de crianças, já pequenas - 3 ou 4 anos -, tomando remédios para dormir, ficar calma, estud

Reflexão: Desafios da Maternidade

Atualmente, as mulheres desempenham muitos papéis na sociedade: são profissionais, donas de casa, esposas e mães. Ser mãe, ao contrário do que se pensa freqüentemente, é um processo diário de aprendizagem, uma experiência de relacionamento com os filhos e com o mundo. Nem sempre e nem a todo momento essa experiência é gratificante ou prazerosa. Há situações e fases em que angústias, inseguranças e frustrações podem predominar. Não há como pensar em uma mãe perfeita e feliz o tempo todo, pois isso não seria humano: nós, humanos, somos seres frágeis e vivemos em constante transformação. Nesse sentido é que seria bastante interessante e saudável admitir que não temos “super poderes”, que muitas vezes não é possível fazer tudo ao mesmo tempo e que podemos precisar da ajuda de outras pessoas para cuidar de nossos filhos e das tarefas domésticas.  Percebo uma crescente insatisfação no dia-a-dia das mães, relacionada a uma enorme sobrecarga de trabalho profissional e doméstico. A

Artigo: O Fim da Infância

A infância, bem como a adolescência, foi uma criação da modernidade, a partir de 1750, aproximadamente. Neste período, nasceu a Ciência - tal como a conhecemos hoje - e as idéias iluministas. A adolescência teve seu apogeu mais tarde, somente no século XX. Isto significa que tanto a infância quanto a adolescência são construções históricas, podendo ser situadas no processo de desenvolvimento da sociedade. Antes da Idade Moderna, a infância não existia e a criança era reconhecida como um adulto. Considerações específicas acerca da infância, conceitos sobre desenvolvimento infantil, estudos e medidas enfocando as crianças, são invenções recentes da humanidade. É curioso notar, porém, que estas conquistas vêm se perdendo. Não é difícil constatar o mais absoluto desprezo pelas necessidades das crianças, por parte dos adultos e das instituições. Mais uma vez na história, elas estão sendo concebidas como adultas. Basta olharmos os comerciais, as roupas e os sapatos fabricados para as meninas