Criança: disciplina e limites na família
Um dos maiores conflitos e
queixas familiares que acompanhamos na Clínica da criança refere-se a questão da disciplina.
As crianças são tiranas?
As vezes sim, porque os cuidadores não conseguem desempenhar o papel do cuidado adequadamente, têm dificuldade em agir com firmeza e afeto ao
mesmo tempo. Os filhos, em geral muito inteligentes, percebem as disfunções nas relações familiares, as divergências e os jogos
de poder entre os cuidadores, atuando de maneira a buscar satisfação para seus desejos.
A falta de limites pode, ainda, ser um sintoma de mal-estar na família, um grito de socorro, pois muitas crianças se sentem extremamente sozinhas e desamparadas, mesmo com os pais presentes.
Para se educar com o
mínimo de civilidade, é preciso que haja exemplo e sensatez. O principal modo
de garantir um nível decente de disciplina é pela combinação entre afetividade,
exemplo e firmeza. Não adianta ser autoritário ou tentar impor autoridade sem
levar em conta que a criança é uma testemunha
ocular dos adultos e aprende muito mais pela imitação do que pela fala que lhe é dirigida.
O problema do consumismo, incluindo o uso excessivo do celular, compõe a discussão sobre disciplina. Não é possível abordá-lo isoladamente, enfatizando apenas os comportamentos da criança, posto que, em grande medida, tais comportamentos são praticados por todos os membros da família. É preciso ficar atento para não exigir um do outro o que ninguém é capaz de realizar.
Como sugestão, a leitura do livro abaixo propõe algumas considerações e exercícios interessantes para os pais, desde que não seja tomado como receita ou lei. São apenas olhares possíveis e práticas que podem ou não ser incorporadas às relações entre pais, mães e filhos.
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