Biografias: escritas que nos tocam
Infelizmente nossa
capacidade de olhar o mundo pelos olhos de um Outro vem declinando, embora sejam
muitas as conexões que partilhamos diariamente neste amplo espaço tecnológico
da contemporaneidade. Uma das formas criativas de aprendermos (ou recuperarmos)
essa alteridade que nos escapa, nos aparta da vida e nos torna desumanos, se dá
pela leitura de obras biográficas, cuja história de pessoas desconhecidas ou admiradas
são narradas.
Acompanhar a vida de outros seres humanos pela literatura
biográfica, descobrindo suas fragilidades, seus sofrimentos, ódios, alegrias e
infelicidades é algo que educa nossa sensibilidade para a compreensão do existir
como algo mais complexo e menos simplista. Somos instigados a perceber, por
exemplo, que uma história de vida não é feita só de escolhas pessoais, como habitualmente
se considera. Há condicionantes externos que compõem a vida de um indivíduo, transformando-a
em tragédia ou em felicidade, se quisermos assim denominar.



E para finalizar esta breve escrita, eu não poderia
deixar de citar, enquanto leitora apaixonada de Fernando Pessoa e Clarice Lispector,
duas biografias magníficas escritas por excelentes biógrafos que conseguiram expressar
a grandeza destes “poetas operários” da língua portuguesa: Fernando Pessoa - uma
quase autobiografia, livro escrito por José Paulo Cavalcanti Filho e Clarice –
uma biografia, de Benjamin Moser, historiador e escritor norte americano.

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