Dialogando com a juventude: literatura e psicodrama
Quase sempre me surpreendo com a
capacidade e a criatividade dos adolescentes. Numa manhã fria deste agosto/2014,
participei de um feliz Encontro de Literatura, realizado em uma escola pública,
com alunos do ensino fundamental II e ensino médio.
O objetivo do evento, idealizado pelos
competentes educadores da escola, foi estimular a descoberta do prazer da leitura.
Feira e troca de livros, bate papo com escritores e oficinas de literatura entraram
na programação. Um dia diferente para todos, com arte e imaginação.
Seria possível despertar nos estudantes
alguma paixão por Fernando Pessoa? Esse era o meu desejo e a minha proposta. Álvaro
de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, escreveu: “Tenho as vezes o tédio de
ser eu com esta forma de hoje e estas maneiras... Gasto inúteis horas inteiras
a descobrir quem sou, e nunca deu resultado a pesquisa.” Não poderia estar ele se
pronunciando aos adolescentes? Claro que sim! E por que não?!
Através do Psicodrama, uma teoria e um
método de trabalho que privilegia a ação e a criatividade, nossa imaginação se
amplia, propiciando condições para que se formulem novas reflexões e se
experimentem novas emoções. Qual o adolescente que não deseja viver isso?
Fernando Pessoa foi muitos e muitos
personagens, tantos quantos pôde imaginar. Os estudantes que participaram deste
encontro conheceram um pouco mais de si mesmos através dos poemas deste grande
poeta. Criaram cenas tristes e alegres a partir das palavras de Fernando Pessoa
e, quem sabe, tenham se apaixonado, senão pelo poeta, pela vida, pela arte ou
pelo sonho!
“Não sou nada, nunca serei nada. Não
posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Tabacaria, Álvaro de Campos – Fernando Pessoa.
Prezada Raquel:
ResponderExcluirÓtimo texto Andrea. Há também tantos outros autores que podem nos ajudar: Vinícius de Moraes, Jorge Armado, Drumond, Zélia Gattai, etc. Todos de almas intensas que podem acrescentar experiências inúmeras. Como há escritores ótimos não? Vamos viajando e viajando no universo alheio. Um beijo Carmen Pilotto