O Deus da Carnificina

Filme de Polanski, um renomado e polêmico diretor polonês, O Deus da Carnificina provoca riso e questionamento em seus espectadores.

Trata-se de uma película leve e engraçada, enfocando dois casais que tentam, civilizadamente, fazer um acordo a respeito da briga violenta entre seus filhos, ou melhor, do golpe que quebrou os dentes e fraturou a arcada dentária de uma das crianças, desferido pela outra. 

Só há uma cena das crianças: a primeira, que abre o filme, belíssima, na qual vemos, à distância, uma praça  habitada por elas, em grupos, inicialmente brincando. Todo o filme, após essa cena, é uma perversa discussão no apartamento do menino agredido.

Podemos acompanhar e identificar, como em um espelho, nossa própria hipocrisia sendo revelada neste  interessante drama cômico, que expõe as fraturas de uma sociedade buscando-se civilizada. Nem tanto assim... vamos percebendo.

Em uma época como a nossa, em que a infância vem sendo exterminada pelo próprio mundo adulto, o filme faz pensar. A maneira como as crianças resolvem seus problemas, na primeira cena, seria a mesma maneira com que nós resolvemos os nossos, com agressão e violência, embora tentemos disfarçar, dissimular e mentir? Primamos pela estratégia e sutileza, mas será que cultivamos pequenas violências veladas, cotidianamente, em nós mesmos e nas pessoas com quem convivemos?

Pois bem, o filme merece nosso olhar, principalmente se nos dispusermos a vê-lo não apenas como entretenimento.

Trailler: http://www.youtube.com/watch?v=x1A-jBvjSLw


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