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Mostrando postagens de 2010

Sonho de Paz

Um sonho qualquer pode sempre existir, mesmo que seja o da paz. No universo da imaginação, habitamos o Olimpo. No cotidiano de nossas vidas, proclamemos a coragem, encantadamente a nos guiar!

Para uma nova infância

No contexto atual em que vivemos, da máxima performance, que conjuga produtividade/competitividade, a infância é vista apenas como uma fase a ser vivida rapidamente, uma etapa para chegar adiante, um projeto de futuro que deve caminhar em direção a algo, para algo, satisfazendo anseios e expectativas relacionadas ao universo adulto. Infelizmente essa concepção de infância, aprisionadora, domina toda a sociedade e as instituições que cuidam das crianças, embora diversos estudiosos nos proponham outros olhares. Um destes olhares, possível e distinto, concebe a infância como criação e espontaneidade, jogo, faz-de-conta, poesia em qualquer tempo, em qualquer espaço. As crianças, nessa concepção, são compreendidas como sujeitos, protagonistas do mundo, em condições de falar a si mesmas e aos outros sobre o nascer contínuo, sobre o possível indeterminado das relações e dos afetos, sobre o que ainda não existe e o que existe mas poderia existir de outra maneira. Aqui as crianças são, enfim, e

Divulgação: Aliança pela Infância

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"A Aliança pela Infância apoia a divulgação do lançamento do Plano Nacional pela Primeira Infância -PNPI- que será realizado no dia 7 de dezembro de 2010, às 14h30m, na OPAS – Organização Panamericana da Saúde. O Plano será entregue, posteriormente, ao Governo, pelo CONANDA, acompanhado da RNPI, como proposta de ações e metas na área dos direitos da criança de até seis anos de idade, a serem realizadas até 2022, quando o Brasil celebra o bicentenário da Independência. Ele está coerente com o Plano Decenal dos Direitos de Crianças e Adolescentes, incidindo o olhar na especificidade dos seis primeiros anos de vida – período mais decisivo na formação da pessoa." Equipe de divulgação Aliança pela Infância no Brasil www.aliancapelainfancia.org.br (11) 5853-8082

Seminário: Educação Medicalizada

"Notas baixas, dificuldades na leitura e na escrita, desatenção em sala de aula. Situações como essas, comuns entre os escolares, muitas vezes estão associadas equivocadamente a problemas neurológicos ou psicológicos, não considerando, por exemplo, a má qualidade do ensino. Recorre-se, então, à medicalização, entendida como um processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Para discutir essas e outras considerações afins, especialistas do Brasil e do exterior se reuniram de 11 a 13 de novembro durante o I Seminário Internacional "A Educação Medicalizada: Dislexia, TDAH e outros supostos transtornos", na Unip campus do Paraíso, em São Paulo." O texto continua em http://www.crpsp.org.br/portal/midia/fiquedeolho_ver.aspx?id=292 , site do Conselho Regional de Psicologia. O Jornal Globo News também veiculou matéria interessante: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1373771-7823-BRASIL+E+SEGUNDO+MAIOR+CONSUMIDOR+MUNDIA

A escolha da escola: falso dilema?

Recentemente fui convidada para discutir, em um programa de rádio, uma questão que pode ser angustiante para os pais: a escolha da escola dos filhos. Para fazer esta escolha adequadamente, é necessário considerar, entre outras coisas, os valores familiares, as expectativas da sociedade e a condição financeira dos pais. Vale lembrar, ainda e sempre que, por melhor que seja, a “escola ideal” não existe. No entanto, ao pesquisar o assunto e sistematizar minha própria experiência de atendimento com crianças e adolescentes, percebi que talvez haja poucas opções diferenciadas no “mercado” da educação formal. A maior parte das escolas particulares, que atende famílias de classe média e alta, oferece um ensino totalmente voltado para a qualificação e o brilhantismo nos exames vestibulares ( agora também o ENEM ), safistazendo, desta maneira, os anseios de pais excessivamente preocupados com o futuro profissional dos filhos. No ensino público, por outro lado, os problemas relacionados à aprendi

Encanto do olhar

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Quando nada precisa ser dito...

Dia Nacional do Livro: por que ler?

Até os dias de hoje, ler continua sendo uma atividade revolucionária. Lembremos do excelente filme de Truffaut, Fahrenheit 451, de 1966: os livros devem ser queimados em nome de um governo totalitário, que obriga seus cidadãos a pensarem e se comportarem de acordo com leis arbitrárias. No século XXI, obras literárias importantes, incluindo Monteiro Lobato, ainda são alvo de críticas e censuras inconsistentes, diante de um mundo globalizado e teleguiado. Assistir televisão e jogar vídeo game todo dia é uma atividade absolutamente normal no universo da infância. Consumir programas abusivos e propagandas sedutoras a cada dois minutos é tão permitido quanto incentivado. Nos desenhos, nas novelas, nos realities shows ou nos mais absurdos auditórios onde as crianças são indecentemente exploradas, a prática de uma permissividade quase inquestionável deveria ser contida. Mas não é. Os livros são. Os livros, atualmente, são questionados por racismo, pornografia excessiva, estímulo à violência,

Criança Consumo

Criança consumo Habitante de um mundo solitário Prisioneira de artifícios do querer. Criança consumo Enredada na vaidade dos adultos Vive deles os desejos mais ocultos. Criança consumo Tanta face sem nome pelo mundo A servir apenas um senhor: O lucro ensandecido do poder. Criança consumo Reino absoluto do vazio Pois que nada há de contemplar Vontade imensa de brincar. Criança consumo Impedida de ser criança E de ter infância. Espelho de um mundo triste, Indigno de tua verdade. Este é meu poema reflexão em homenagem ao Dia da Criança.

Filme A Onda: Democracia x Autocracia

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Para quem ainda não assistiu, vale a pena conferir este belíssimo filme alemão, produzido em 2008 e dirigido por Dennis Gansel. Baseado em fatos reais que ocorreram nos EUA, em 1967, o filme narra a experiência educacional de um professor com seus alunos, adolescentes. O resultado da tal experiência, infelizmente, é uma tragédia. No cenário atual, lembrar deste grande filme pode fazer muito sentido. Apesar de tantas decepções e desencantos com nossos políticos, a possibilidade e o direito de escolhê-los ainda é a única maneira de garantir um certo nível de liberdade em nossas vidas. É fato que temos optado por abdicar desta liberdade, na medida em que cobramos pouco de nossos eleitos e não assumimos uma série de responsabilidades enquanto cidadãos. Exemplos não faltam nas cenas diárias que acompanhamos, das quais muitas vezes somos os próprios autores. Como ainda somos frutos dos sistemas autoritários e ditatoriais do século XX, é muito mais fácil que alguém faça por nós,

Cinema e subjetividade

Refletir sobre a possível função terapêutica do cinema, nos dias de hoje, é algo que considero muito interessante, posto que vivemos em um mundo controlado por imagens. A imagem produzida pelo cinema tem suas especificidades. Quando entramos nesta sala escura, sabemos que, emocionados ou não, sobreviveremos fisicamente. A distância entre nós e o quadro no qual uma narrativa se desenvolve é determinante, bem como confortável. Estamos protegidos dos ataques, das balas, das mortes, do horror, da doença ou da fome. O mesmo não se pode dizer quanto a nossa subjetividade. Penetramos o filme, permitindo que ele se instale em nós e nem sempre dele saímos inteiros. É possível, então, que alguma nova intensidade comece a fazer parte de nossas vidas, nosso olhar para o mundo, nossos relacionamentos. Nessa nova intensidade sonhamos, imaginamos, tocamos o irreal e o tornamos quase real, com freqüência solitariamente, em nossa mais profunda e intocável intimidade. Alguém poderia afirm

Amizade em poesia

Não é o dia da amizade, mas para comemorar novos encontros e conquistas, publico a tradução da maravilhosa letra da canção L'amitié ( 1965 ), que foi tema do filme As Invasões Bárbaras, digno de ser contemplado. “Muitos de meus amigos vieram das nuvens, com o sol e a chuva como bagagem. Fizeram a estação da amizade sincera, a mais bela das quatro estações da terra. Têm a doçura das mais belas paisagens e a fidelidade dos pássaros migradores. Em seu coração está gravada uma ternura infinita, Mas, as vezes, uma tristeza aparece em seus olhos. Então, vêm se aquecer comigo e você também virá. Poderá retornar às nuvens e sorrir de novo a outros rostos, Distribuir à sua volta um pouco da sua ternura Quando alguém quiser esconder sua tristeza. Como não sabemos o que a vida nos dá, Talvez eu não seja mais ninguém. Se me resta um amigo que realmente me compreenda, Me esquecerei das lágrimas e penas. Então, talvez eu vá até você aquecer Meu coração com sua chama." Vale a pena ouvir a mú

Escola para Pais

Palestra Bullying na Escola Programa Escola para Pais Unimed Medicina Preventiva - Piracicaba 25/08 - 19:00 h Local: Anfiteatro do Hospital Unimed Rua São João, 267 Palestrante: Andrea R. Martins Corrêa

Congresso: Tempo para o Tempo

De 3 a 7 de Setembro, em Águas de Lindóia/SP, ocorrerá o 17 Congresso Brasileiro de Psicodrama e 1 Latino Americano de Psicoterapia de Grupo e Processos Grupais. O tema deste grande encontro - que já vem se realizando virtualmente há cerca de 1 ano e meio - é Tempo para o Tempo, buscando refletir e discutir questões importantes do mundo contemporâneo, tais como: a relação do ser humano com o tempo, os sintomas produzidos pela extrema velocidade do cotidiano, a necessidade urgente de criarmos novas práticas e teorias para lidar com a vida moderna. http://www.cbpfebrap.com.br/ http://www.conexoes2010.ning.com/

A polêmica das "palmadas educativas"

Dividindo opiniões entre especialistas, educadores e pais, a modificação no Estatuto da Criança e do Adolescente, proposta pelo governo federal, visa proteger as crianças daquilo que se convencionou chamar de “palmadas educativas”, incluindo beliscões e tapas leves. Em função da tradição secular do sistema educacional, que impera na maior parte dos países e das culturas, é considerada natural a conduta de bater nos filhos com a finalidade de educá-los. Tal forma de educação só vem sendo questionada nas últimas décadas, com muita resistência. Mesmo países europeus, mais avançados do que o Brasil, permitem o castigo físico. Obviamente, é fato constatado que torturas psicológicas, como humilhações, ofensas e xingamentos, diários ou ocasionais, podem ser tão destrutivos quanto a violência física de determinados lares. Mas não se trata, neste momento, de discutir o que é mais ou menos nocivo para o desenvolvimento de uma criança, se é o castigo físico ou emocional. Talvez seja importante t

Espaço público: um novo olhar

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Basta um pequeno passeio a pé ou de bicicleta, aos arredores do próprio bairro, para quebrar a rotina das janelinhas e descobrir a cidade na qual habitamos. Cidade que não conhecemos, que não sentimos, que pouco vemos. Habituados que estamos a andar de carro ou ônibus, não desfrutamos da liberdade que existe em, por exemplo, pedalar uma bicicleta, como as crianças naturalmente desejam fazer. É certo que nos arriscamos quando vamos às ruas, tão pequenos e insignificantes humanos, frente às enormes máquinas de velocidade, fábricas ambulantes de mortes estúpidas e horrorosas. Mas as ruas precisam de nós, as calçadas precisam de nós, as praças e os pátios, os jardins, as pontes e os rios solicitam o nosso olhar e nossa presença, inteira. São todos personagens de nossas vidas, mesmo que não prestemos atenção. Quem sabe se nos dispusermos um pouquinho mais, começarmos devagar, experimentando, buscando algum prazer em uma forma diferente de estar, tão somente, no que um dia designamos como es

Reflexões sobre o bullying

Um dos temas mais discutidos em nossa sociedade, atualmente, diz respeito à prática de intimidação e perseguição realizada por um grupo de pessoas, contra uma outra pessoa, em geral sozinha e indefesa. Há uma série de estudos desenvolvidos pelo mundo todo acerca do que tem sido denominado o "fenômeno bullying" . Muito interessante perceber que o tal "fenômeno" vem ganhando repercussão na medida em que envolve diretamente a convivência escolar das crianças e adolescentes. Afirma-se que sua maior freqüência ocorre entre os meninos de 11 a 15 anos, não desprezando uma alta incidência entre as meninas também. São situações típicas e comuns, nas quais as humilhações, sutis, são encaradas como brincadeiras e não como agressões. Apelidos, fofocas, e-mails, fotos em celulares e até violência física são formas de praticar o bullying, gerando constrangimento, vergonha, culpa e medo na vítima, uma pessoa como outra qualquer, que é considerada diferente pelos seus agressores.

Adolescência: As Melhores Coisas do Mundo

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O filme nacional As Melhores Coisas do Mundo , dirigido por Laís Bodanzky e lançado recentemente nos cinemas (2010), retrata, como nenhum outro, o universo adolescente da classe média brasileira. Através dele podemos reconhecer nossos filhos, nossas escolas e nossas próprias contradições como adultos e educadores. Para os adolescentes, o filme também é inspirador, na medida em que revela angústias e descobertas, sem os apelos típicos dos programas de TV ou da mídia norte- americana, infelizmente dominante no mercado nacional. Pelos olhos de Mano, Marcelo, Pedro, Carol e outros personagens, nossos jovens podem se identificar e se perceber como parte de uma realidade comum, que envolve conflitos familiares, sexualidade e bullying, entre outros temas. Além disso, aos pais e adultos em geral, que insistem em criticar ferozmente a juventude atual, sem proceder, da mesma maneira, a uma autocrítica, o filme possibilita algumas reflexões interessantes. Em primeiro lugar, sabemos que os adoles

Entrevista: valores familiares

O site do Insituto Alana apresenta esta semana uma entrevista muito interessante com a psicóloga Rosely Sayão. Vale a pena conferir! "Temos criado uma geração de crianças e jovens absolutamente anônimos no sentido de valores familiares". www.alana.org.br/CriancaConsumo/NoticiaIntegra.aspx?id=7274&origem=23

Mãos Dadas: sonho e poesia

Com tantas notícias sobre violência e guerra a nos bombardear diariamente, precisamos fazer um esforço para não abandonar nossos sonhos que, de alguma forma, por mais individualistas que sejam, fazem parte deste mundo incrivelmente louco em que todos vivemos. A crueldade humana é um fato indiscutível, bem como incompreensível. Para que e por que o homem mata, destrói e busca incansavelmente o poder? Nenhuma explicação, seja científica, filosófica ou religiosa, dá conta de responder inteiramente esta questão. Por isso, vale a pena lembrarmos dos poetas, artistas que não se arrogam explicações sobre o mundo, mas apenas cultivam sonhos, doces palavras que podem encantar alguns corações. De Carlos Drummonde de Andrade, segue o poema Mãos Dadas, absolutamente contemporâneo... Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O present

Violência sexual infanto-juvenil

Impossível passar essa semana sem participar das manifestações contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. O Dia 18 de Maio foi a data instituída para dar voz às vítimas da violência sexual, sendo que toda a mídia se envolveu nesta importante discussão. Destaco dois sites interessantes, dentre muitos outros: www.comitenacional.org.br e www.redeamigadacriança.org.br Apesar de todas as manifestações, positivas e necessárias, fico a me perguntar o que realmente significa exploração sexual infanto-juvenil. O tema, em geral, remete a crimes de pedofilia, estupro e assassinato. No entanto, discute-se e divulga-se pouco uma outra forma de abuso e exploração sexual, aceita socialmente, praticada em especial com as meninas, ainda pequenas, antes dos 6 anos de idade. Vou apenas dar um exemplo: em festas infantis, realizadas por empresas do ramo, são colocadas músicas em um palco dançante e mega barulhento, para que crianças de 3 ou 4 anos de idade dancem e rebolem. Os adult

Aliança pela Infância

A Aliança pela Infância convida a todos para seu 30o Fórum: Experiências do Brincar, em São Paulo. O Evento simbolizará a inauguração da Campanha Nacional para a Semana Mundial do Brincar, a ser realizada de 23 a 30/05/2010, por todo Brasil. Acessar http://www.aliancapelainfancia.org.br/ As crianças agradecem!

Ser mãe

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Ser mãe não significa ter filhos. Ser mãe é cuidar de alguém, pequeno ou grande, que necessita de atenção e afeto. Ser mãe não é parir, É abraçar depois do parto, mesmo que este seja de outra pessoa. Ser mãe não é sofrer, É comemorar a vida e deixar crescer. Ser mãe é tudo o que não se diz... Porque é impossível dizê-lo, quando realmente nos tornamos mães. Ser mãe não é ofício exclusivo de mulheres, Pode muito bem ser de homens. Ser mãe é muito antigo na história da humanidade E não precisaria ser comemorado. Porque ser mãe é simplesmente existir com o outro, Olhá-lo e desejá-lo por perto.

Pais e Filhos: tempo de crescer

Proporcionar novas alternativas de diálogo entre pais e filhos adolescentes, através do Psicodrama, foi o objetivo de um Encontro interessante, dirigido aos participantes do Programa de Medicina Preventiva da Unimed Piracicaba. Algumas reflexões, partilhadas entre os pais e os filhos presentes, podem ser registradas neste espaço. Em primeiro lugar é fato que, no mundo contemporâneo, há uma ausência quase completa de tempo para estarmos com nossos filhos, inteiros, integrados no vínculo e espontaneamente. Tomados pelo excesso de pragmatismo e utilitarismo, criamos poucos espaços verdadeiros e importantes de troca afetiva, de diálogo sincero, de compreensão e prazer. Perdemos, assim, a oportunidade de nos perceber uns aos outros, de tomar contato com nossas próprias necessidades e as dos nossos filhos. Queremos muito falar e ser ouvidos, tanto quanto eles, mas temos dificuldades para escutá-los em seus desejos e cultivar, desta maneira, uma forma de comunicação mais livre, direta e sensa

Psicodrama: encontros possíveis

O encontro entre as pessoas é ainda a melhor forma de nos sentirmos humanos e vivos. Ou não? Os novos meios de comunicação e tecnologia podem ajudar, mas não promovem tanta sinergia quanto olharmos uns nos olhos dos outros, diretamente. Creio que seja por isso, pela ausência de encontros, que muitas vezes nos sentimos tão sozinhos e isolados. E é também por isso que, quando participamos de encontros interessantes, sejam eles eventos programados, oficializados ou, ao contrário, reuniões ao acaso, acabamos por nos sentir mais felizes e integrados. Dedico estas poucas linhas ao V Simpósio das Entidades Filantrópicas de Piracicaba , realizado no dia 8/04, no qual tive a oportunidade de coordenar uma oficina denominada Psicodrama e a Criança Pequena, voltada para educadores. Junto a estes educadores comprometidos, foi possível experimentar e conhecer mais intensamente o universo da criança pequena para, então, compreendê-la e acolhê-la em suas necessidades, principalmente no que diz respeit

A Criança e a TV

O meio de comunicação de massa mais difundido em nossa sociedade, apesar do avanço da Internet, ainda é a televisão. Mesmo com todas as suas deficiências, é fato que os programas televisivos ampliam o acesso à informação. No entanto, precisamos começar a nos perguntar: Como nossas crianças têm sido tratadas pelos produtores de televisão? Quais valores humanos, éticos e morais são difundidos e legitimados nas novelas e nos desenhos? A TV respeita o Estatuto da Criança e do Adolescente, que garante o direito à proteção frente aos meios de comunicação? Atualmente convivemos com crianças pequenas, de 3 ou 4 anos - que deveriam estar vivendo intensamente a fase da fantasia, o desenvolvimento da criatividade -, imitando cenas eróticas de novelas e gestos agressivos de desenhos. Convivemos com crianças maiores que pedem celulares e carros de presente, invadidas por um consumo adulto totalmente inadequado. Ou não? É bom para uma menina de 6 anos desejar "colorir com tinta" os seus ca

Imagens e Estereótipos Femininos

Refletir sobre o papel da mulher na atualidade exige grande exercício de sensibilidade e honestidade. Em geral, é muito difícil nos descolarmos dos apelos da mídia, que ora engrandece uma mulher absolutamente idealizada, ora destrói essa mesma mulher. Vale a pena checarmos os Suplementos Femininos dos grandes jornais impressos ou das revistas de moda para constatarmos algumas imagens: a figura feminina reduzida a produtos de beleza, a malhação e calorias, a cabelos sedosos, cintura fina e pele suave. Obviamente que tal mercantilização do ser humano não se restringe à mulher, estendendo-se também aos homens, crianças e às diversas minorias. Tudo está à venda atualmente, com belas embalagens e muita sedução, algo que somente um marketing competente, por vezes nada ético, poderia criar. Mas será que temos que nos encaixar nos rótulos e estereótipos propostos por outros? Para que? Será que percebemos o quanto estamos envolvidos nessa rede de imagens e valores que mais nos aprisiona do que

Tributo ao Dia da Mulher

Versos livres ao amor por Ana Marly de Oliveira Jacobino A mais bonita história de amor ainda não foi publicada escrevo em versos livres a experiência de ser mulher. Revisito o seu ventre, dormitório da vida. E, agora neste mundo, mágico de criança os livros companheiros entretém e ensinam. Brinco de tudo saber sem saber que não sei. Sua imagem amada interage na minha vida aplaca os meus temores reconforta a minha alma. Mulher de mil e uma orações dos mil e um benzimentos. Dos quebrantos e mal olhados. Mulher camponesa Mulher esposa Mulher imigrante. Sem teto e sem voz arcada pela lida do campo Plantando sementes no solo e no ventre repleta de amor fiel depositária do gérmen da vida.

Fórum Internacional Criança e Consumo

Ocorrerá em março, entre os dias 16 e 18, o 3° Fórum Internacional Criança e Consumo, no Itaú Cultural, SP. O evento será transmitido pela Internet, posto que as inscrições já estão esgotadas. No site http://www.forumcec.org.br/ há informações sobre a programação e os palestrantes. "Neste ano, o debate propõe uma reflexão mais ampla de como a violação dos direitos da criança e o hiperconsumismo desencadeiam problemas ambientais, econômicos e sociais. Também será contemplada a diminuição das brincadeiras criativas, essenciais ao desenvolvimento humano." Para todos os que se preocupam com a infância, imperdível a discussão !

Relações Familiares: O Casamento de Rachel

Muitas são as obras de arte que discutem o tema família. Poderíamos enumerar diversos filmes absolutamente interessantes e imperdíveis, de nacionalidades diferentes. Porém, O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme, americano, lançado em 2008 e exibido nos cinemas brasileiros em 2009, é surpreendente. Trata-se de um filme que abre várias possibilidades de discussão, desde a dependência das drogas até o significado de um ritual de casamento. É este ritual que organiza toda a ação do filme e propicia o reencontro de uma família, digamos assim, disfuncional e trágica. As relações entre pai, filhas, mãe, irmãs e outros personagens são marcadas por uma tensão incômoda, que nos faz refletir sobre nossos próprios relacionamentos familiares, sobre coisas que gostaríamos de dizer e não dizemos, sobre sentimentos que temos uns com os outros e não revelamos, sobre a enorme dificuldade de nos comunicar... ouvindo e falando de forma espontânea, por exemplo. Kim ( Anne Hathaway ) é a irmã e filha que

Filhos: desejos e expectativas dos pais

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Muito mais do que percebemos, as expectativas formam um grande vetor de força e fragilidade em nossos relacionamentos, participando ativamente de nossas emoções, ações e fantasias. Um casal que está prestes a receber um filho, por exemplo, pode imaginá-lo loiro ou moreno, de olhos castanhos ou azuis, do sexo feminino ou masculino. Pode ainda fantasiá-lo sendo sapeca ou bem comportado, tornando-se músico ou engenheiro. As fantasias são muitas e revelam expectativas acerca da criança que ainda nem existe concretamente, mas que vai tomando forma e se corporificando no útero materno. Quando chega ao mundo, portanto, a criança já está inscrita nos valores da sociedade e nos desejos familiares. Porém, para se tornar um indivíduo saudável com o mínimo de autonomia, é preciso que essa mesma criança se diferencie das expectativas de seus pais e cuidadores, trilhando caminhos que nem sempre são esperados. Em geral, é muito difícil para nós, adultos, separarmos nossos filhos de nossos próprios d

Nossos projetos: expectativas e frustração

Em geral é nesta época, de início de ano, que traçamos projetos importantes para nossas vidas, a serem realizados ou abortados no decorrer dos meses e dias que vão passando. Pensamos em estudar mais, em dormir menos, em ganhar mais dinheiro, em investir nisto ou naquilo... Comprar o tal carro, móvel ou casa, fazer aquele curso e aquela viagem, conquistar novas coisas, pessoas ou posições. Mudar enfim o que nos incomoda, tentando organizar a bagunça de nossos desejos, expectativas e ambições. Sabemos, de antemão, que nunca é possível dar conta: o dinheiro não chega, o curso não acontece, desistimos do carro novo, a viagem fica para o outro ano, não mudamos de emprego... Só com muito humor para agüentar tantas frustrações em nosso dia-a-dia, que foge das nossas mãos, de nosso controle, feito cavalo a galope ou pássaro liberto do cativeiro! Sem contar ainda com a possibilidade de surgirem situações trágicas, que envolvem doença, morte ou desemprego. Infelizmente talvez tenhamos que aprend

Pensando alto: nosso futuro no planeta Terra

É triste começarmos o ano de 2010 em estado de comoção nacional, motivado por desastres ambientais que poderiam ser evitados, mas não são. Pelo contrário, são recorrentes e vêm aumentando. Embora um dos assuntos mais discutidos nos dois últimos meses de 2009 tenha sido a 15ª Conferência da ONU sobre o clima, em Copenhague, sabemos do pouquíssimo avanço contemplado nas negociações entre os líderes e chefes de Estado, interessados, pelo que consta, na proteção da espécie humana no planeta. Polêmicas à parte, é consenso que o aquecimento global é um fenômeno tanto natural quanto humano, ou seja, está inserido em ciclos previsíveis da natureza, que já ocorreram em outros momentos da existência da Terra, e ao mesmo tempo é agravado pela ação do homem, que produz excessiva poluição e destruição. A questão que muito tem sido levantada por grandes pensadores contemporâneos é: o planeta sobrevive, se sustenta frente às catástrofes, mas o homem talvez não. Isto posto, significa que somos nós que