Cultura tecnológica e jogos eletrônicos: algumas questões
Qual é a
experiência que uma criança ou um jovem vive, ao permanecer horas na frente da
tela de um computador, jogando online um determinado jogo que o fascina e
conversando com os amigos por uma rede social?
Como podemos entender o prazer de um garoto na simulação de outra
realidade - a virtual -, criando personagens que, como ele mesmo, desenvolve
ações cotidianas: escolhe roupas para se vestir, se alimentar, faz amigos,
namorados e até filhos?
Também fazemos
parte desta cultura eletrônica e virtual, nutrindo-nos dela diariamente. Deste
modo, temos condições de nos colocar no lugar de nossas crianças, tão
encantadas frente à magia dos games. Com muito empenho, precisamos criar
alternativas que garantam o desenvolvimento saudável de todos: relacionamentos
verdadeiros e reais, prática de esportes, arte, leitura e brincadeiras
concretas envolvendo a natureza, os objetos e as pessoas.
Caso
contrário, viveremos em uma espécie de “sociedade virtual permanente”, na qual
as pessoas só se comunicam através de aparelhos tecnológicos, mantendo excessivo
controle sobre as próprias ações. Quando conversamos com alguém frente a frente,
sem a mediação das máquinas, aprendemos a nos relacionar afetivamente uns com
os outros. Precisamos dessa interação social para crescer, para nos sentirmos
humanos e compartilhar nossos sentimentos, dúvidas e solidão.
É a
pesquisadora norte-americana Sherry Turkle quem questiona: "em que espécie
de pessoas estamos a transformar-nos?" Em seus últimos textos, ela propõe interessantes
reflexões sobre o tema, estimulando que o uso da tecnologia seja racional, não
absoluto.
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