Literatura e escrita: um exercício de afetividade
Uma mãe precisa contar algo importante, deveras importante, à sua querida filhinha, mas sente um medo paralisante. Um marido necessita revelar certa história para sua atual esposa, sob pena de ocultar um segredo que futuramente poderá encerrar a relação. Um adolescente deseja se matar porque imagina que, ao expor um fato abominável aos seus pais, será odiado e colocado para fora de casa. Uma mulher não suporta o peso do próprio passado, sofre calada frente ao companheiro, refletindo diariamente sobre qual seria a melhor maneira de dizer-lhe a verdade. Alguém muito jovem começa a escrever um diário, à moda antiga, com papel e caneta. Nele ficará registrado uma versão de si mesmo. Os temores, as angústias, o vazio, as aflições talvez. Eis que outro alguém resolve escrever uma carta para contar o indizível necessário, aquele segredo de pai, aquela lembrança torturante de esposa/amante, um ato terrível ou desleal de filho. São esses, tampouco e somente, alguns fragmentos de histór...