Alta Performance: o massacre da infância

A sociedade do desempenho vem se consolidando no século XXI de maneira avassaladora. Nada nem ninguém fica à deriva dos valores estimulados pela concepção de rendimento e eficiência máxima, culto à competição, produtividade e eficácia sem limites. O homem contemporâneo é um “sujeito empresarial”, conforme definição dos filósofos franceses Pierre Dardot e Christian Laval, na obra-prima A Nova Razão do Mundo. Enquanto sujeitos empresariais tentamos acriticamente gerenciar nosso tempo, nossa vida e nossas relações humanas a partir de uma ótica empreendedora, na qual o que importa é sempre o nosso próprio lucro e sucesso, também denominado “gozo” pelos filósofos citados. Naturalizada entre nós, esta lógica empreendedora (ou neoliberal) tem custo, faz vítimas e amplia o sofrimento psíquico. É fato que nossa subjetividade vem sendo constituída, há tempos, para aceitar e jamais questionar tal sistema de sociedade. Por isso, em geral, não nos alarmamos quando observamos crianças...