Custódia: um filme necessário


O filme francês Custódia (2018), dirigido por Xavier Legrand, é um drama envolvente, intenso e eletrizante, narrado sob o ponto de vista de uma criança cujos pais estão se separando. 
Inicialmente não entendemos porque a ex esposa e mãe não deseja que o ex marido se aproxime dos filhos, reiterando tal posicionamento na presença da juíza. Na sequência, no entanto, o filme vai esclarecendo estas motivações, sempre pelo olhar do filho mais novo, que sofre demasiadamente cada vez que é obrigado a ir com seu pai.

O tema e a polêmica da alienação parental é uma das grandes questões tratadas pelo diretor. Por que o filho não deseja estar com o pai, revelando medo ao ter contato com ele? A interpretação deste ator mirim - Thomas Gioria -, inclusive, é magnífica! Sentimos calafrios na cadeira do cinema ao acompanhar os gestos e a expressão de seu olhar.

A tensão da película é crescente, tornando-se difícil de suportar na medida em que o final se aproxima. Quem é este pai, que tem alguns antecedentes de violência já registrados? Qual o seu perfil psicológico? Ele seria capaz de agredir e de matar, ou essas seriam alegações infundadas e perversas da mãe?

Pois bem, mais do que isso é spoiler, não é mesmo? De todo modo, saímos da sessão lembrando de muitas outras situações, algumas divulgadas pela mídia, outras não. Saímos pensando na fragilidade das crianças e das mulheres diante de certos homens e de quanto estes mesmos homens, tão "machos", precisam de ajuda e tratamento. 

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