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Mostrando postagens de 2018

Cartão de Natal e Ano Novo

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Natal: livros para as crianças

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Livros para este Natal ? Por que não? Em tempos tão obscuros, onde o culto à ignorância parece estar se difundindo, é preciso estimular a inteligência e a sensibilidade.  Deixo como sugestão algumas indicações de leitura que podem ser feitas junto às crianças. Todos os livros de Ondjaki, poeta e escritor angolano, são fascinantes!  Literatura de primeira qualidade, dialoga com as crianças e também com os adultos que gostam do universo lírico. Histórias belíssimas, inventadas com muita criatividade para cultivar a paz e a solidariedade entre as pessoas. O menino que brincava de ser é um livro cheio de imaginação, tratando delicadamente as questões de gênero e sexualidade a partir da experiência de uma criança. Aborda a reação e o preconceito dos adultos frente às brincadeiras infantis, que representam tentativas de compreender a realidade e se construir a partir dela. Diversas histórias sobre o medo, criadas por autores diferentes, eis a proposta

Gênero e Sexualidade: um diálogo necessário

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Está ocorrendo uma enorme confusão e desinformação a respeito de gênero e sexualidade em nosso país. Setores representativos da sociedade, há algum tempo, estão propagando inverdades sobre essa temática tão importante para a vida de nossas crianças e adolescentes.  A principal teoria sobre sexualidade infantil foi criada por Freud, há mais de um século, causando certos escândalos que julgávamos ter superado. Freud compreendeu que as crianças também possuem fontes de prazer erótico, por determinação biológica, sendo que a primeira delas é a cavidade bucal, através da qual o bebê experimenta o mundo, suga e se alimenta. Não se assemelha ao erotismo adulto, ao mesmo tempo em que é uma forma de libido. Ao longo do século XX, muitos outros autores e pesquisadores discutiram o desenvolvimento genético/psíquico do ser humano, produzindo o que até hoje tem sido considerado como conhecimento científico na área. Este conhecimento fundamentado e acumulado ao longo de eras não pode s

V Congresso de Psicologia: Ciência e Profissão

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Está chegando o V Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão, que será realizado em SP, com o tema Psicologia, Direitos Sociais e Políticas Públicas: avanços e retrocessos. "Lugar para o encontro da ciência e da profissão, o CBP é o espaço para o diálogo da diversidade da Psicologia no Brasil, onde todas as questões, abordagens e construções da Psicologia se apresentam e são debatidas. A programação, que se estende até 18 de novembro, comprova essa diversidade, incluindo desde simpósios magnos, diálogos (im)pertinentes, minicursos, lançamentos de livros e 6 mil trabalhos nas salas." Confira a programação no site:  http://www.cienciaeprofissao.com.br/clique-aqui-e-confira-as-atividades-confirmadas-no-v-cbp /

Indicações cinematográficas: perda e luto

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Para refletir sobre a morte e o luto, d ois grandes filmes merecem atenção, dentre muitos outros que poderiam ser também indicados: Para Sempre Alice, película de 2015, americano.  Narra a história de uma professora universitária que descobre estar com Mal de Alzheimer. Registra o universo familiar e o processo de diagnóstico da doença. Belíssimo. O Quarto do Filho, película de 2001, dirigido e interpretado pelo italiano Nanni Moretti.  Narra a dor e o sentimento de culpa da família, especialmente do pai e psicanalista, que perde o filho adolescente. Triste e comovente.

Campanha dos Conselhos de Psicologia: #ÓdioNão

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Todos os psicólogos e psicólogas são inscritos no Sistema Conselhos de Psicologia, que tem a função de orientar, regulamentar e fiscalizar o exercício profissional. Ao se tornar psicólogo e se inscrever no respectivo Conselho, o profissional é convocado a seguir um determinado Código de Ética. O Código de Ética da Psicologia tem como um dos princípios a defesa dos direitos humanos, baseado na Declaração de 1948. Por esse motivo, o Conselho Federal de Psicologia e os Conselhos Regionais lançaram a Campanha Nacional de Direitos Humanos, nesta quinta-feira 18 de outubro.  O tema da Campanha deste ano é #ÓdioNão. A Psicologia é uma ciência e uma profissão regulamentada, que  tem como missão o cuidado, o respeito e a compreensão do sofrimento das pessoas. Não é admissível que um profissional da área de psicologia trate seus clientes, pacientes ou educandos com preconceito e discurso de ódio. O apoio a esta Campanha é de suma importância no moment

LGBTFOBIA em Debate

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Dia 20 de outubro as 14:00, em Piracicaba, a Associação Ensino Pré Vestibular Alternativo, conhecido como Cursinho Avante, promoverá mais um debate de extrema importância, com o tema LGBTFobia. O evento é aberto ao público, porém está direcionado especialmente aos jovens estudantes do Cursinho e de outras instituições educacionais da cidade.  Enquanto psicoterapeuta e educadora, estarei participando da Mesa de discussão e abordando o sofrimento motivado pelo preconceito, pela ignorância e pelo fundamentalismo religioso, que atualmente vem se ampliando. Também será abordado o papel dos psicólogos e psicólogas no combate à lgbtfobia e na construção de uma sociedade na qual a diversidade seja o fundamento. Em tempos de ódio, neo fascismo e fake news disseminada, um dos grupos mais perseguidos, violentados e mortos são os LGBTs, ou seja, pessoas que não se identificam com as normas de gênero e sexualidade. Tanto a psicologia quanto a psiquiatria não compreendem que estas sejam

Barbárie e civilização: quem somos nós?

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Nesta semana eu morri um pouco... Não, eu não morri porque a cada dia que passa fico mais velha e próxima da morte, naturalmente. Eu não morri porque estou vivendo intensamente todos os instantes, Não é este o meu morrer. Nesta semana eu estou morrendo um pouco a cada minuto... Morro de tristeza ao ver tanta gente insana, pessoas queridas e amadas, tomadas pelo mais sórdido dos afetos: o ódio. Morro de desesperança ao constatar que a mais bárbara das ideologias se apodera de tantos corpos e mentes: o fascismo. Morro de desalento ao perceber que seres humanos frágeis e ressentidos são manipulados por líderes incautos, despossuídos de sabedoria e armados pelo totalitarismo. Quem sobreviverá? A crueldade é uma marca histórica da humanidade, basta consultar os livros e olhar para as ruínas que habitam nossa alma. Mas eu morro porque insisto em alguma fé, Uma certa ternura diante da precariedade do outro, Da diferença que exclui e violenta. Muitos clamam pe

Esclarecimentos sobre o conceito de fascismo

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Este vídeo do Canal Leitura Obrigatória, publicado em fevereiro/2017, explica alguns conceitos do fascismo. Termo que acabou sendo vulgarizado recentemente, mas que merece compreensão ampla. Importante lembrar que um dos elementos das sociedades fascistas é, justamente, o culto à ignorância, o anti-intelectualismo, a destruição do conhecimento. Por isso, façamos o contrário, cultivemos o espírito da sabedoria.    Boa aula!

Distopia: o Conto da Aia e Nosso Futuro

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Muito tem sido escrito sobre a série The Handmaid's Tale, baseada no romance O Conto da Aia, de Margaret Atwood. Fiquei encantada com a qualidade artística da obra, incluindo roteiro, interpretação, direção, fotografia, trilha sonora. Não sou fã de séries, mas The Handmaid's Tale me cativou, embora seja de difícil digestão. A segunda temporada já foi contemplada por muitos fãs e telespectadores, sendo que a terceira logo será lançada. Alguns afirmam que a série transformou-se numa espécie de "pornô de tortura misógina", posto que são muitas as cenas de flagelo para com as mulheres. O livro é também uma opção interessantíssima. Refletir sobre esta obra é fundamental em um momento histórico como o nosso. No Conto da Aia, para quem não conhece, uma parte significativa dos EUA transformou-se em Gileade, sociedade governada por um Estado fundamentalista religioso totalitário, no qual parte das mulheres são escravas sexuais. A taxa de fertilidade encolheu

Campanha de Prevenção ao Suicídio

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"Dados recentes apontam que, a cada ano, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio e um número ainda maior de indivíduos atenta contra a própria vida. O suicídio foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo no ano de 2015. Pesquisas evidenciam que 78% dos suicídios ocorreram em países de baixa e média renda. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o Brasil como oitavo país do mundo em suicídios. Também se constatam taxas elevadas de suicídio em grupos vulneráveis que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes, indígenas, lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI), assim como entre pessoas privadas de liberdade." Continue a leitura no site do Conselho Federal de Psicologia:  https://site.cfp.org.br/suicidio-um-tema-para-todas-as-profissoes-da-saude/

Vamos falar de depressão?

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Um dos temas mais importantes a serem discutidos, no campo da saúde mental, é o aumento do número de casos de depressão em todo o mundo. Segundo dados da Ooganização Mundial da Saúde (OMS 2017), a depressão é a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos e a cada 40 segundos alguém se suicida. Do ponto de vista médico, a depressão está relacionada à falta de serotonina no cérebro e caracteriza-se como um problema fundamentalmente neuroquímico. Por isso necessita ser tratada com medicamentos que aumentem a serotonina (anti depressivos), especialmente nos casos graves. O psiquiatra é o médico responsável pela realização de um diagnóstico preciso e pela medicalização. Na perspectiva psicossociológica, no entanto, a depressão é muito mais do que um conjunto de sintomas que pode comprometer a vida de uma pessoa, afastando-a das atividades cotidianas (tristeza, irritabilidade, raiva, baixa estima, sentimento de fracasso, culpa e impotência, falta de

Ciclo de Debates Opressões

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Prossegue em 2018, no SESC Piracicaba, o Ciclo de Debates Opressões - "É preciso transver o mundo." Contando com a presença de especialistas, esta série de debates promove indagações sobre as diversas formas de discriminação e preconceito vivenciadas por alguns grupos sociais no Brasil atual. Na próxima quarta-feira, 15/08, as 19:30h, o tema em discussão será: COMUNIDADE LGBT - Fobia, Violência e Sofrimento Psíquico. A Mesa será composta por duas psicólogas: Andrea Raquel Martins Corrêa e Pâmela Cristina Oliveira. Mediação: Felipe Vecchini O evento é aberto e gratuito.

Custódia: um filme necessário

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O filme francês Custódia (2018), dirigido por Xavier Legrand, é um drama envolvente, intenso e eletrizante, narrado sob o ponto de vista de uma criança cujos pais estão se separando.  Inicialmente não entendemos porque a ex esposa e mãe não deseja que o ex marido se aproxime dos filhos, reiterando tal posicionamento na presença da juíza. Na sequência, no entanto, o filme vai esclarecendo estas motivações, sempre pelo olhar do filho mais novo, que sofre demasiadamente cada vez que é obrigado a ir com seu pai. O tema e a polêmica da alienação parental é uma das grandes questões tratadas pelo diretor. Por que o filho não deseja estar com o pai, revelando medo ao ter contato com ele? A interpretação deste ator mirim - Thomas Gioria -, inclusive, é magnífica! Sentimos calafrios na cadeira do cinema ao acompanhar os gestos e a expressão de seu olhar. A tensão da película é crescente, tornando-se difícil de suportar na medida em que o final se aproxima. Quem é este pai, que tem

Prevenção ao suicídio

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A questão do suicídio vem se tornando tão grave e séria que de tempos em tempos faz-se necessário abordá-la. Em função do aumento de tentativas e do número efetivo de suicídios registrados - principalmente entre os jovens -, no último mês de julho o Ministério da Saúde, em parceria com o CVV (Centro de Valorização da Vida), ampliou o atendimento gratuito para todos os estados do país.  Através do número 188 de telefone, qualquer cidadão pode solicitar ajuda ao CVV, que é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos, cujo objetivo consiste justamente em auxiliar as pessoas que se encontram em estado de sofrimento, considerando o suicídio como alternativa para acabar com a dor permanente.  Há ainda outros canais de comunicação com o CVV, por email e chat. Vale a pena conhecer o site:  https://www.cvv.org.br/ Em São Paulo, no mês de abril/2018, casos de suicídio entre adolescentes do segundo grau de Colégios reconhecidos da elite paulista, repercutiram na mídia e n

A negação do homem trágico: extinção da espécie humana

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Infelizmente a visão do homem como um ser trágico, proclamada pelos gregos, por Shakespeare, Nelson Rodrigues e tantos outros escritores, filósofos e artistas, não tem sido objeto de apreciação, de interesse e compreensão pela nossa cultura dominante. Esta visão foi se modificando ao longo dos séculos, assinalando diferenças extremamente importantes. Se nos gregos a tragédia relacionava-se aos desígnios dos deuses, em Nietzsche, um dos maiores e mais influentes pensadores do início do século XX, a tragédia é justamente o oposto, qual seja o fato do ser humano descobrir-se absolutamente órfão das divindades, sendo obrigado a lidar com o que ele anunciou justamente como a morte de Deus . Em função da primeira e da segunda guerra mundiais, muitos foram os filósofos a declarar a morte do homem , fruto do extermínio de povos que, em última instância, poderia levar à destruição de todos os habitantes do planeta, o que por sorte não ocorreu, mas segue em curso. A extinção da espécie

Combate à homofobia: uma luta por novos conceitos

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            Uma nova concepção sobre sexualidade e identidade de gênero vem se afirmando desde a segunda metade do século XX, provocando importantes revisões conceituais no campo da saúde e da educação.   A partir dos anos 70, mais especificamente, entidades como Organização Mundial da Saúde - OMS, Associação Americana de Psiquiatria – APA (responsável pela edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM ), Conselho Federal de Medicina e Conselho Federal de Psicologia brasileiros, pressionados por movimentos sociais de direitos humanos foram despatologizando a homossexualidade.           Em 1973 a homossexualidade, que na ocasião era chamada de homossexualismo (o sufixo ismo indica doença), deixou de ser considerada uma patologia pela Associação Americana de Psiquiatria e foi excluída do DSM. A OMS, em 1990, fez o mesmo. O Conselho Federal de Medicina, já em 1985, também estabeleceu que a homossexualidade e a bissexualidade não são doenças, diferente

Foucault: para uma vida não-fascista, por Margareth Rago

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Margareth Rago é historiadora e professora doutora universitária (Unicamp), pesquisadora da obra do filósofo Michel Foucault e autora de diversos livros. Nesta brilhante palestra, Margareth Rago apresenta alguns dos principais conceitos de Foucault, reforçando a contribuição do filósofo para a contemporaneidade. Aos interessados no assunto, vale a pena assistir o vídeo. Complementando, o texto Para entender Foucault, da Carta Educação, é também bastante didático. Por Marcos César Alvarez e Eduardo A. Camargo Santos. http://www.cartaeducacao.com.br/aulas/para-entender-foucault/

Experimento de Milgram, banalidade do mal e consciência

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Experimenter ou O Experimento de Milgram (2015), filme dirigido por Michael Almereyda, apresenta aos espectadores a biografia de um importante psicólogo e pesquisador norte americano. No Netflix é possível encontrar o título. A película é rara, muito bem construída, com ótimas interpretações. Enfoca especialmente os polêmicos experimentos realizados por Stanley Milgram nos anos 60 e 70, na Universidade Yale dos EUA. Milgram era judeu e se interessava em responder a seguinte pergunta: por que obedecemos ordens superiores mesmo sabendo que estamos fazendo algo errado? O genocídio judeu e muitos outros só foram possíveis na medida em que pessoas comuns se submeteram às ordens de líderes nazifascistas, estimulando e impondo a matança generalizada. Como ocorre esse processo de obediência a uma determinada autoridade? Este o tema, ainda atual, de Milgram. Para realizar o experimento diretamente com as pessoas, em laboratório de psicologia social, o pesquisador selecionava vol

Arte, Reflexão e Encontro: considerações importantes

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Bate-Papo entre José Miguel Wisnik e Siba A Paixão na Arte Vanguardista - SESC Piracicaba/Maio 2018 Em tempos desalentadores como o nosso, compartilhar espaços poéticos e reflexivos possibilitam, de algum modo, certo sinal de vida, como se encontrássemos pequenas faíscas de encantamento que têm o poder de inventar, recriar e grassar uma emoção mais genuína entre todos aqueles que almejam respirar ares menos nefastos. Foi assim o diálogo entre estes dois poetas artistas brasileiros: música, poesia e sabedoria se intercalaram durante quase duas horas, com o seleto público presente. Para abordar a arte, foi necessário proclamar a vida, sublinhando a existência de cada um de nós com a pergunta essencial, insinuada nas entrelinhas: por que estamos aqui, para que vivemos? Magistralmente, tanto Wisnik como Siba nos indicaram as pegadas de seus caminhos, com testemunhos de percalços e estranhamentos. Assim quem sabe pudéssemos, como anônimos mortais de um planeta tão esquisito,