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Mostrando postagens de novembro, 2017

Poema - Qual será nosso futuro?

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Corpos fraturados almas degradadas. Qual será nosso futuro? Lágrimas vermelhas  dores invisíveis. Qual será nosso futuro? Seres decompostos infâncias destruídas. Qual será nosso futuro? Qual será nosso futuro? NOTA: Fotos realizadas em oficinas de fotografia que participei, a partir das quais surgiu este pequeno poema.

A arte que nos reabilita: indicações para a dignidade

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Para resgatar a dignidade de todos nós, para cultivar a possibilidade de nos entendermos a todos como seres iguais em humanidade, sem demérito de raças, crenças ou condição sócio econômica; para reconquistar nossa potência de sentir, compartilhar e buscar algo próximo à felicidade, registro duas importantes obras: uma cinematográfica e outra literária. Eu Não Sou Seu Negro é um documentário avassalador, concorrente ao Oscar deste ano. Apresenta ao público a história dos negros americanos narrada pelos próprios negros. Um filme absolutamente crítico, portanto de difícil digestão, a nos propor questionamentos, incômodos e reflexões. Creio que as questões tratadas neste documentário são pertinentes ao Brasil também. Sob um outro prisma, magnificamente lírico, o escritor apaixonante Valter Hugo Mãe nos auxilia a reabilitar uma certa fé no mundo, por intermédio da afetividade nas relações pessoais. Seu romance O filho de mil homens, como tantos outros, toca profundamente nossa sen

Ética e comoção: diálogos com Judith Butler p.2

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Dando continuidade à proposta da postagem anterior, segue o texto-diálogo com Judith Butler, escrito por mim em 2016 para o Congresso Brasileiro de Psicodrama, sobre ética, luto e ausência de comoção social. Ética, Luto e Comoção: um diálogo com Judith Butler - Segunda parte Nossos Mortos Têm Voz: Um Grito Por Justiça Atualmente, com expressão internacional, o Movimento Mães de Maio (SP) conclama que "Os Nossos Mortos têm Voz". Formado por mulheres cujos filhos foram assassinados por policiais militares a partir de 2006, o grupo vem conseguindo criar uma outra narrativa para a morte de seus filhos, na luta por reconhecimento da vida que eles perderam. Trata-se de uma luta política, mobilizada pela indignação e pela dor de perda irreparável, buscando sensibilizar a sociedade para que se importe, para que não permaneça indiferente.  Através da internet e de apoios de outros grupos, as Mães de Maio constituem uma frente de resistência, promoven

Ética e comoção: diálogos com Judith Butler p.1

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Em função da histeria nas redes sociais, promovida por grupos ignorantes que tentam impedir a participação de uma importante filósofa americana no Evento do SESC Pompéia a partir do dia 7/11, denominado Os Fins da Democracia, publico o texto que escrevi em 2016 para o Congresso Brasileiro de Psicodrama, sobre ética, luto e ausência de comoção social. A publicação será realizada em 2 postagens.  Judith Butler, é imprescindível esclarecer para quem não conhece sua obra, foi uma das filósofas que discutiu as teorias de gênero e sexualidade nos anos 80 e 90, propondo novos conceitos e abordagens sobre o tema. No século XXI, Butler vem se debruçando acerca de outras questões, especificamente sobre ética, populações em condições precárias de sobrevivência, ausência de luto e comoção. No evento do SESC, a filósofa estará lançando os livros Caminhos Divergentes: Judaicidade e Crítica do Sionismo e A Vida Psíquica do Poder: Teorias da Sujeição.  Ética, L