O amanhã da infância
Hoje eu gostaria muito de
comemorar a infância de todas as crianças com olhos brilhantes de alegria. Gostaria
de distribuir abraços calorosos, plenos de esperança em um futuro mais decente.
Hoje eu gostaria muito de
pronunciar as mais belas palavras, repletas de sol e doçura, para aqueles que
nasceram depois de mim. Gostaria de acolhê-los partilhando sonhos e força no
amanhã.
Hoje eu gostaria muito que as
lágrimas de todos nós fossem de amor e não de solidão, de ternura e não de
ódio. Gostaria que nos dispuséssemos a nos comover com nossos pequenos e, quem
sabe, aprender esse difícil exercício de se colocar no lugar do outro.
Hoje eu gostaria muito de
contemplar crianças e adolescentes cujas existências significam mais do que os
sentidos fúteis e consumistas que os shoppings proporcionam. Gostaria de encontrá-los
em baladas artísticas e educativas, apoiadas por adultos, para criar maneiras
novas de questionar o mundo.
Hoje eu gostaria muito de poder
dormir sabendo que nenhuma criança passa fome no planeta, que ninguém dorme na
rua nem fica sem escola, que meninas podem andar por onde quiserem sem o perigo
de serem estupradas, que os pais não abusam de seus filhos, porque enfim, todos
entenderam que o deus dinheiro, o deus destruição, o deus perversão não valem a
pena.
Eu gostaria muito, ainda, de
terminar este pequeno texto com algum alento... para mim e para os leitores.
Neste contexto neoliberal e pós moderno de destruição absoluta dos direitos básicos
humanos, no qual se estimula em nível máximo a ignorância e a pós verdade, tão somente o que nos resta é a coragem de tentar, de inventar, de criar e não desistir.
Para isso, claro, as crianças e
os jovens sensíveis, amorosos, preocupados com a dor humana, são sempre
bem vindos: mais inteligentes, vitalizados e entusiasmados do que qualquer
adulto!
Fiquemos juntos.
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