Imagens da Cidade
Brancas faixas abandonadas.
Esgoto em córregos sombrios
Erva daninha sob pés insistentes na caminhada.
À caça das árvores nada se comemora:
quase todas arrebatadas por mãos
cruéis do humano capital.
Cimento pedra restos de gente.
Abaixo dos viadutos ou em praças repelidas,
o cheiro da morte:
eis a dor dos “indignos de vida”.
Nas quebradas, algum pó.
Gritos apavorantes tiros estrondosos.
Quadras depois, muros cercas elétricas vigias da noite.
Lágrimas escorrem pela cidade cor
de sangue.
Solidão, palavra evocação.
Desigualdade, palavra fundamento.
Indiferença, signo da pós-modernidade.
NOTA: Este poema nasceu das caminhadas que realizo pela cidade onde resido.
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