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Mostrando postagens de junho, 2016

Indivíduo: disciplina, culpa e sofrimento

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Partilhamos de uma sociedade de controle tão efetivo que em geral não percebemos quais valores e conceitos internalizamos como se fossem naturais. Vivemos sem a condição de avaliar que nossas vidas poderiam ser diferentes. Tendemos, muito pelo contrário, a naturalizar nosso modo de ser, desprezando nossa própria história pessoal e social. Nem sempre as pessoas viveram da maneira como vivemos atualmente, é sempre bom lembrar! Existiram muitos períodos na humanidade, com políticas e organizações grupais diversas, formas de alimentação e trabalho variados, sofrimentos, afetos e valores nada semelhantes aos nossos. Aproximadamente a partir dos séculos XVIII / XIX, pode-se afirmar, começamos a nos tornar esse "sujeito da modernidade", posto que nesse momento emergiu o conceito de indivíduo junto à tecnologia da disciplina. Segundo Michel Foucault, célebre e polêmico filósofo francês, estudioso das relações de poder, o indivíduo foi uma construção histórica necessária às n

Festival Dia da Música

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Neste sábado dia 18 está ocorrendo a segunda edição do festival Dia da Música, que busca dar mais visibilidade aos músicos independentes do Brasil. Por isso destaco um magnífico músico, instrumentista e compositor piracicabano, Alessandro Penezzi, que merece toda consideração, afeto e admiração. Basta ouvir o vídeo.

Da comoção que nos falta

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Um dos temas mais interessantes a serem discutidos na modernidade, do meu ponto de vista, é a comoção. Refiro-me à comoção como a capacidade que temos ou não de nos comover com o outro, de sermos tocados e afetados (no sentido de afeto) por alguém com quem convivemos ou nem conhecemos. No Psicodrama, esta capacidade é o próprio fundamento da técnica, da filosofia e da teoria. Não há relação de ajuda possível se não houver comoção, pois é através deste sentimento que nos colocamos no lugar do outro e possibilitamos envolvimentos afetivos transformadores. O momento histórico que estamos vivendo sinaliza cada vez mais a ausência de comoção social no tocante às chamadas minorias: refugiados, imigrantes pobres, negros, transexuais, doentes mentais.  A Anistia Internacional Brasil, por exemplo, vem chamando atenção, frequentemente, para a grave situação das periferias brasileiras, nas quais ocorre um genocídio de populações marginalizadas, vitimando especialmente meninos negros, assassi