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Mostrando postagens de julho, 2015

A palavra que falta

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Quando faltam as palavras para nomear a dor Quando faltam as palavras para soletrar o absurdo. Quando as palavras se ausentam da escuridão no anoitecer Quando as palavras se ausentam dos nossos tristes pensamentos. Quando as palavras perdem seus sentidos Quando as palavras tornam-se um engodo. As palavras se foram As palavras nos desabitaram. Sem elas o que somos nós? Órfãos da história, clichês de pseudo intelectuais a manipular mentes e corações. Recuperemos a palavra mãe que nos nomeia: o OUTRO. Sem o OUTRO não podemos existir Sem o OUTRO não há palavra alguma. Porque é o OUTRO que nos ensina a palavra É com ele que aprendemos a pronunciar o EU. Renunciemos ao esvaziamento e à simplificação cruel das palavras E proclamemos a alteridade: EU – OUTRO. Para que haja alguma redenção humana Para que haja algum sobrevivente. Museu da Língua Portuguesa - SP

Poesia: resistência ao ódio

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Para enfrentar tamanho cenário de ódio e intolerância, a nos deixar perplexos e por vezes impotentes, criemos novas palavras, novos poemas e novas pessoas. Obra de arte Mulher Chorando Picasso - 1937 Meu poema sobre o ódio: Esse ódio pronunciado por bocas desalmadas a habitar tão temidas estações. Esse ódio incontido de palavras gestos atos desumanos que nem Deus saberia existir. Esse ódio des-razão adjetivando seres pobres que se pensam grandiosos. Esse ódio triste palidez anunciando dolorosas e insanas tempestades. A ele resistir, a ele subjugar! Não há que ancorar em nossos corações!