O amor não precisa ser heterossexual

Após tantos séculos de opressão sexual, é possível que estejamos começando a compreender que a homossexualidade não é depravação nem doença, é simplesmente amor por alguém do mesmo sexo. Nesse sentido, o filme nacional Praia do Futuro, de Karim Aïnous, lançado recentemente e polemizado por setores conservadores da sociedade, pode efetivamente contribuir para que as pessoas encarem essa questão de maneira mais tranquila e saudável.

Praia do Futuro é um dos melhores filmes brasileiros dos últimos anos, abordando vários temas, dentre eles o afeto e a sexualidade entre dois jovens rapazes de nacionalidades diferentes, Brasil e Alemanha. O filme provavelmente não encanta os espectadores acomodados a uma linguagem comercial de cinema, pois todo o seu movimento é lírico, poético, silencioso.

A interpretação dos atores principais impressiona pela qualidade afetiva expressa em cada gesto e cada olhar, a compor frases que não são ditas por palavras, mas comunicadas nesse intenso silêncio que habita os relacionamentos. Saímos da sala com a certeza de que as pessoas podem se amar, sejam elas hetero ou homossexuais, isso é o que menos importa!


Comentários

  1. Ótimas palavras, Andrea. Infelizmente não entrou em cartaz, espero ver em breve. Creio que o filme, por trás das cenas, também mostra a ousadia de Wagner Moura em romper com padrões (lembremos da personagem em Tropa de Elite). Na mesma linha, também recomendo Hoje eu quero voltar sozinho, inspirado no curta Hoje eu não quero voltar sozinho (https://www.youtube.com/watch?v=1Wav5KjBHbI).

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  2. Excelente artigo. Uma questão tão simples...e tão ainda polemizada. Adorei o filme...um amor humanizado, pelos toques sutis, as palavras silenciadas e os olhares apaixonantes...

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