Adolescência: pais e filhos

Ao contrário do que imaginamos, a adolescência não é um momento tão agradável como estamos habituados a idealizar. Ser adolescente significa estar em permanente conflito com o mundo e consigo mesmo, experimentando sentimentos de vazio, tristeza, inadequação social e raiva. 

Em geral, os adolescentes se sentem incompreendidos pelos pais e professores, frequentemente com razão. Os adultos dificilmente se dispõem a olhar o mundo com os olhos destas “criaturas errantes”, que um dia também já foram. Este exercício de trocar de papel poderia contribuir para que as relações fossem mais tranquilas e menos dolorosas, porém, não é o que ocorre.

Na lida diária com famílias, percebemos o quanto é complicado conviver com as expectativas que cada um tem em relação ao outro. Espera-se dos filhos adolescentes, por exemplo, que se mantenham próximos dos adultos, que continuem a ter os mesmos comportamentos que tinham na infância. Para crescer, no entanto, os filhos se afastam de nós, formam grupos que nos excluem, nos quais não somos convidados a participar. Sentimos medo, muito medo com esse distanciamento e criamos estratégias de controle, fadadas ao fracasso.

Por isso é que, na maior parte das situações conflituosas, agressivas e sintomáticas que envolvem a adolescência, são os pais que precisam de ajuda, por vezes mais do que os próprios filhos. Todos sofrem, é claro, aprisionados um no outro e em si mesmos.    
  
Nosso querido escritor e psicanalista Rubem Alves apresenta essas questões em um livro chamado E AÍ? CARTAS AOS ADOLESCENTES E AOS SEUS PAIS. Vale a pena conhecê-lo!


Comentários

  1. Querida amiga

    Para entender dos temas abordados,
    é preciso estudá-los.
    E quando além da nossa sabedoria,
    utilizamos a de Rubem Alves.
    aí tudo fica mais ainda inspirador.

    São belas
    as palavras
    que nos acariciam
    o coração...

    Obrigado por semear o belo
    em um mundo tão carente
    de sentimentos bons.

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