Terapia, Afetividade e "Las Acacias"
Entre quatro paredes que buscam
resguardar a intimidade de relatos pessoais acerca de sofrimentos muitas vezes impronunciáveis,
de sentimentos inomináveis e relacionamentos fracassados, alguém pergunta “o
que é afetividade”. É algo que tem que ser mostrado para o outro? Precisa tocar
na pele, comunicar verbalmente ou basta só o olhar?
Pelas duras lidas da vida, independente
da classe social e do nível intelectual, quantas pessoas foram privadas desta
indefinível experiência de vida e contato humano: a afetividade, aqui referida como
a condição humana de expressar e compartilhar amor, doçura e carinho.
No filme argentino Las Acacias (
Pablo Giorgelli, 2010 ), é justamente a afetividade que move os personagens
principais, a mãe com sua filha de 5 meses e um caminhoneiro solitário, enrijecido
pela vida. Quase toda comunicação de afetos ocorre pelo olhar, que cativa, por
fim, outras manifestações.
O bebê, amado e acariciado de
maneira singela pela mãe, tem o poder de encantar o mais severo de todos os
homens, propiciando a nós, espectadores, uma experiência de afetividade também.
Nos apaixonamos incondicionalmente por este bebê, que em última instância, pode
ser o nosso próprio afeto, aquele que tivemos ou o que nos faltou.
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