Juventude: potência em ação
Não estava na agenda.
Nossos jovens, que há mais tempo do que imaginávamos estão
brigando por uma sociedade digna e justa, conseguiram finalmente uma
visibilidade ímpar no cenário contemporâneo do Brasil.
Há algumas semanas atrás, ninguém acreditaria no que está acontecendo
agora por aqui. E o mesmo grupo que iniciou as manifestações - Movimento Passe
Livre/SP - se retira das ruas hoje, com a finalidade de preservar as próprias ideias
e lutas, posto que os protestos estão se tornando fascistas, muito diferente
das propostas do MP.
Este momento, para todos nós adultos, poderia estimular uma
reflexão a respeito do papel da juventude no mundo, no país, e dos equivocados
julgamentos que fazemos sobre ela.
Embora essas manifestações já tenham ocorrido no mundo todo,
com a força de jovens dinâmicos e insatisfeitos com a política, no Brasil não
esperávamos as mesmas reações. Talvez por sermos muito passivos - nós adultos
-, imaginamos que todos são. Talvez por não olharmos com mais atenção para
nossos jovens, por não valorizá-los decentemente, por não possibilitar-lhes espaços
de atuação interessantes, tornamo-nos incapazes de perceber suas
potencialidades.
O que sabemos muito bem fazer, em geral, é criticar a
juventude: sua inércia ou violência, seus valores ou comportamentos. Nossa
disposição para aprender é sempre pequena. Vale agora a grande lição
destes últimos dias.
Mas não podemos nos iludir: assim como o Movimento Passe
Livre e tantos outros pelo Brasil afora defendem a liberdade e igualdade de
direitos, muitos grupos se organizam pelo preconceito e pelo ideário fascista,
assustadoramente. Por que será? Ainda vivemos numa sociedade de cunho fascista,
embora não abertamente???
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