Sexualidade contemporânea: transformações
A sexualidade diz respeito às diversas formas de prazer que
experimentamos com o nosso corpo. Até hoje, na construção das teorias modernas
sobre o tema, pensava-se sexualidade como uma questão de identidade, ou seja, o
ser humano tenderia a encontrar uma posição fixa e estável no repertório de
possibilidades de desenvolvimento de sua sexualidade.
Tanto o
conceito tradicional de identidade como de sexualidade vem sendo questionado, propondo-se
então novas concepções, influenciadas pela relação do ser humano com a
tecnologia. Edvaldo Souza Couto é um pesquisador interessante (UFBA), a partilhar
o conceito de pós-sexualidade: numa cultura
como a nossa, onde tudo é sexual e erotizado - a mídia, a publicidade em geral, os hábitos impostos às crianças -, o próprio sexo acaba sofrendo um certo
esvaziamento, já que se expressa muito mais nos signos e nas mensagens do que
na prática dos relacionamentos.
Algumas pesquisas indicam estar ocorrendo um declínio da atividade sexual corpo a corpo, em detrimento do avanço do sexo virtual. Tudo pode ser feito pela rede agora, através de imagens e sons: as sexualidades não precisam mais do corpo propriamente dito, estão inscritas nas relações virtuais e podem ser experimentadas também dessa maneira, correndo o risco de tornarem-se apenas um bem de consumo como outro qualquer, a proporcionar gozo instantâneo e sem compromisso.
Algumas pesquisas indicam estar ocorrendo um declínio da atividade sexual corpo a corpo, em detrimento do avanço do sexo virtual. Tudo pode ser feito pela rede agora, através de imagens e sons: as sexualidades não precisam mais do corpo propriamente dito, estão inscritas nas relações virtuais e podem ser experimentadas também dessa maneira, correndo o risco de tornarem-se apenas um bem de consumo como outro qualquer, a proporcionar gozo instantâneo e sem compromisso.
As
fronteiras que estabeleciam “zonas de segurança” para a orientação sexual de
cada pessoa (antes denominada “opção sexual”) também estão se desfazendo, posto
que a própria identidade começa a ser pensada como algo fluido, em constante
mutação, em permanente transformação. Podemos ser qualquer coisa assim que
quisermos, pois as tecnologias e o mundo digital estão aí para disponibilizar o
que aprendemos a desejar.
O modelo da
sexualidade contemporânea, portanto, é o da transexualidade,
no sentido de transformar, mas o resultado desse processo, obviamente, ainda é imprevisível.
Artigos publicados - Edvaldo Souza Couto:
Políticas do pós-humano: Interfaces dos corpos, das
sexualidades e das tecnologias digitais
O Homem-Satélite: Estética e mutações do corpo na
sociedade tecnológica
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