A arte que nos alimenta


A literatura e o cinema são expressões artísticas apaixonantes, com grandes possibilidades de diálogo entre si, as vezes enriquecedores ou não.  Através destas linguagens, qualquer ser humano que se disponha a sentir e a pensar algo novo pode crescer, ampliando seus próprios horizontes de percepção, ação e emoção.

Muitos livros, poemas e obras cinematográficas nos possibilitam importantes experiências existenciais, na medida em que criam narrativas questionadoras do mundo, da vida e das pessoas.

 No romance de Ismael Caneppele - Os famosos e os duendes da morte -, que também se transformou em filme ( Esmir Filho – 2009 - foto acima ), um adolescente sofre calado com o tédio da pequena cidade onde reside. Não há o que fazer, não há para onde ir e muitos amigos já se suicidaram jogando-se da ponte que atravessa o rio.

“O rio escondido sob a fumaça branca do dia quase nascendo guardava no silêncio profundo das suas águas todas as partidas e todas as chegadas.”

Mas nosso querido protagonista escolhe a vida, a incerteza, o risco de tentar existir. Não sabe o que encontrará depois da ponte, sabe que pode ser também a morte. Mesmo assim, não desiste.

Suas últimas palavras: “Os nossos olhares estão todos perdidos, mas nunca desencontrados. O meu. O teu. E o dele. Todos nós temos muito mais perguntas do que respostas.”

As vezes não sabemos como compreender nossos adolescentes. Mais do que a ciência, a arte pode nos libertar.

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