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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Para não esquecer

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Muitas são as tragédias que não podemos esquecer, além de Sta. Maria.  Todos os anos, morros despencam, tempestades previstas destroem casas e barracos Brasil afora. Todos os anos, incêndios criminosos ocorrem nas favelas de SP, tirando a vida de pessoas pobres que lutam arduamente pela sobrevivência. Todos os anos, o Brasil é recordista mundial em mortes no trânsito, agora também em atropelamentos. Todos os anos, o número de homicídios que levam embora os filhos desse país é maior do que nas famosas zonas de guerra de Israel, Palestina, Iraque. Poderíamos continuar essa lista infame de dor e perdas calculáveis, mas algo sinaliza dentro de mim que não é possível, não faz sentido. Neste momento, talvez a única coisa a fazer sentido seja o clamor pela vida, a gritar que não podemos esquecer, não podemos esquecer...

Um poema para refletir

Neste poema de Fernando Pessoa, talvez possamos refletir a possibilidade de viver com mais intensidade nossas tão breves vidas! Não tenho pressa. Pressa de quê? Não têm pressa o sol e a lua: estão certos. Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas, Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra. Não; não sei ter pressa. Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega - Nem um centímetro mais longe. Toco só onde toco, não aonde penso. Só me posso sentar aonde estou. E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras, Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa, E vivemos vadios da nossa realidade. E estamos sempre fora dela porque estamos aqui. Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" - Heterônimo de Fernando Pessoa Blog Agenda Cultural Piracicabana - www.agendaculturalpiracicabana.blogspot.com.br

A arte que nos alimenta

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A literatura e o cinema são expressões artísticas apaixonantes, com grandes possibilidades de diálogo entre si, as vezes enriquecedores ou não.  Através destas linguagens, qualquer ser humano que se disponha a sentir e a pensar algo novo pode crescer, ampliando seus próprios horizontes de percepção, ação e emoção. Muitos livros, poemas e obras cinematográficas nos possibilitam importantes experiências existenciais, na medida em que criam narrativas questionadoras do mundo, da vida e das pessoas.  No romance de Ismael Caneppele - Os famosos e os duendes da morte -, que também se transformou em filme ( Esmir Filho – 2009 - foto acima ), um adolescente sofre calado com o tédio da pequena cidade onde reside. Não há o que fazer, não há para onde ir e muitos amigos já se suicidaram jogando-se da ponte que atravessa o rio. “O rio escondido sob a fumaça branca do dia quase nascendo guardava no silêncio profundo das suas águas todas as partidas e todas as chegadas.” Mas noss