Dia da Criança: por uma infância livre

Dia 12 de outubro é comemorado o Dia da Criança. Assim como no Natal e em outras datas, em nossa cultura de consumo presenteamos nossos filhos, netos e sobrinhos, mesmo que, atualmente, não tenhamos clareza do que comprar.
Muitos pais comentam esse fato: “não sabemos o que dar.” E algumas crianças, em geral mais velhas - de classe média/alta -, também não sabem o que pedir de presente, posto que já ganharam quase tudo o que o mercado dispõe, embora a inovação dos produtos seja constante.
Chama a atenção, nesse momento, reportagens e artigos, em tvs e jornais, que incentivam a aquisição de aparelhos eletrônicos para crianças a partir de 1 ou 2 anos. Celulares, iPads, smartphones e outros recursos tecnológicos são agora indicados, até por especialistas, para crianças pequenas. As razões, a meu ver, são incompreensíveis cientificamente: a única justificativa para presentearmos nossos filhos pequenos com eletrônicos, é garantir a criação de novas demandas comerciais, que possibilitam o movimento do mercado.
Ao contrário do que nos informam as propagandas, nossas crianças não precisam de carro novo todo ano, nem de celulares ou jogos eletrônicos requintados. Um bebê na faixa etária de 18 meses, por exemplo, está interessado em explorar seus próprios passos, brincar com seu corpo, tocar o chão, os bichos e objetos ao redor. Ele precisa sentir nossas mãos, nosso abraço e compartilhar o mundo com outras crianças.
Quando oferecemos a eles brinquedos muito sofisticados, especialmente antes dos 6 - 7 anos, ao invés de estarmos propiciando uma infância saudável, estamos decretando a impossibilidade mesmo de ser criança.  Sem perceber, corremos o risco de atrapalhar o desenvolvimento da criatividade, da espontaneidade e do mundo de fantasias.
O Instituto Alana e a Aliança pela Infância são organizações da sociedade civil que atuam em defesa da infância livre e saudável - www.alana.org.br e www.aliancapelainfancia.org.br. Trata-se de alguns dos poucos grupos a criticar e propor soluções para os abusos frequentes que a indústria, de modo geral, comete para com as crianças. Neste 2012, conhecer esses trabalhos pode ser um presente para muitas famílias e seus filhos!

Comentários

  1. Cheio de verdade teu texto. Todo cuidado é pouco. Há crianças que nem mais sabem brinca, perderam a capacidade de criar fora dos eletrônicos...Pena!! Estar atentos é preciso! beijos,chica

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