O mito do consumo

Todo ano que se encerra traz consigo a comemoração do Natal, época marcada muito mais por peregrinações consumistas do que por rituais religiosos.
No interior das lojas, o ser humano da modernidade, embora não perceba, é mais consumido do que consome. É devorado pela imposição de desejos que não são seus, mas que são necessários para alimentar o mundo capitalista. Vagando de vitrine em vitrine, o “ser objeto”, posto que não é dono de si mesmo, constrói mitos: será eternamente feliz se puder comprar aquela bolsa, quem sabe o tão sonhado perfume... Descobre-se, contudo, infeliz, mesmo possuindo o produto desejado.
Há inúmeros relatos sobre crianças que não pedem mais presentes, simplesmente porque não têm o que pedir: já ganharam tudo, correm agora o risco de achar que a vida também não tem mais nada a oferecer. Muitas vezes pedem carros e outros objetos do universo adulto.
No outro extremo, como é do conhecimento de todos, há crianças e famílias que não têm nem o que comer. Esta é a história que estamos produzindo agora, coletivamente. Seria importante começar a revê-la, desde já, no início do ano?

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