Criança Consumo

Criança consumo
Habitante de um mundo solitário
Prisioneira de artifícios do querer.

Criança consumo
Enredada na vaidade dos adultos
Vive deles os desejos mais ocultos.

Criança consumo
Tanta face sem nome pelo mundo
A servir apenas um senhor:
O lucro ensandecido do poder.

Criança consumo
Reino absoluto do vazio
Pois que nada há de contemplar
Vontade imensa de brincar.

Criança consumo
Impedida de ser criança
E de ter infância.
Espelho de um mundo triste,
Indigno de tua verdade.

Este é meu poema reflexão em homenagem ao Dia da Criança.

Comentários

  1. As crianças são os alvos dos abutres que querem vender os seus produtros não se importando como.
    Pregando a falsa ideia de que mais vale ter do que ser.A criança achando que o ter a faz igual, aniquila-se. É o tentar ser igual a "a massa" que obedece aos padrões estabelecidos pela sociedade contemporânea que acaba por afastar um ser humano do outro. Muitos pais, ausentes no dia a dia de seus filhos tentam recompensá-los com objetos vazios e sem significado algum para o crescimento espiritual e intelectual da criança. Quantos crianças, hoje, não são os pais dos próprios pais, pois são elas que ditam as regras dentro de casa. São elas que administram o suado salário dos 'velhos', porque são eles, os filhos, que têm que vir em primeiro lugar, custe o que custar. Quantos adultos estão permitindo que crianças nasçam adultos e tenham uma juventude de velhos. Matamos nossas crianças todos os dias. A todo instante minhas ações mal pensadas eliminam um sonho, um futuro, um ser que precisa de assistência. O tema é longo. Reflitamos o seu poema profundamente belo.
    Obrigada
    Rita

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  2. Muito bacana a reflexão sobre o "consumismo"! As crianças são alvo fácil dos meios de comunicação, propondo alimentos nocivos,brinquedos eletronicos, calçados...roupas...etc
    Parabéns! Um grande abraço!
    Sandra Vacchi

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  3. Sempre nos surpreendendo com textos lindos!Beijos!

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  4. Lindos versos reflexivos formando um poema de alerta!Parabéns, Andrea. Abraços Poéticos Piracicabanos Ana Marly de Oliveira Jacobino Deixe de lado as sacolas descartáveis. O planeta agradece!

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