Cinema e subjetividade
Refletir sobre a possível função terapêutica do cinema, nos dias de hoje, é algo que considero muito interessante, posto que vivemos em um mundo controlado por imagens.
A imagem produzida pelo cinema tem suas especificidades. Quando entramos nesta sala escura, sabemos que, emocionados ou não, sobreviveremos fisicamente.
A distância entre nós e o quadro no qual uma narrativa se desenvolve é determinante, bem como confortável. Estamos protegidos dos ataques, das balas, das mortes, do horror, da doença ou da fome.
O mesmo não se pode dizer quanto a nossa subjetividade. Penetramos o filme, permitindo que ele se instale em nós e nem sempre dele saímos inteiros.
É possível, então, que alguma nova intensidade comece a fazer parte de nossas vidas, nosso olhar para o mundo, nossos relacionamentos. Nessa nova intensidade sonhamos, imaginamos, tocamos o irreal e o tornamos quase real, com freqüência solitariamente, em nossa mais profunda e intocável intimidade.
Alguém poderia afirmar nunca ter vivido uma experiência como essa?
Diversos pesquisadores e psicólogos discutem a função psicoterapêutica do cinema.
Na obra A Experiência do Cinema, livro organizado por Ismael Xavier, há um texto de Hugo Mauerhofer, psicólogo alemão, investigando especialmente esta questão, ou seja, se o cinema nos proporciona uma vivência emocional significativa, estimulando a transformação pessoal.
Penso que sim, que um filme pode nos acolher, nos abrigar, nos inquietar, angustiar ou entristecer. Pode promover reflexões e ações, individuais ou coletivas. Pode ser um obra aberta, conforme definição de Umberto Eco, favorecendo múltiplas leituras, olhares e emoções.
oi! sou a paula e danço com leticia no ronda! prazer em conhecê-la! muito legal seu blog!
ResponderExcluiradoro sua irmã e sua mãe... hehehe
beijo grande!