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Mostrando postagens de julho, 2010

A polêmica das "palmadas educativas"

Dividindo opiniões entre especialistas, educadores e pais, a modificação no Estatuto da Criança e do Adolescente, proposta pelo governo federal, visa proteger as crianças daquilo que se convencionou chamar de “palmadas educativas”, incluindo beliscões e tapas leves. Em função da tradição secular do sistema educacional, que impera na maior parte dos países e das culturas, é considerada natural a conduta de bater nos filhos com a finalidade de educá-los. Tal forma de educação só vem sendo questionada nas últimas décadas, com muita resistência. Mesmo países europeus, mais avançados do que o Brasil, permitem o castigo físico. Obviamente, é fato constatado que torturas psicológicas, como humilhações, ofensas e xingamentos, diários ou ocasionais, podem ser tão destrutivos quanto a violência física de determinados lares. Mas não se trata, neste momento, de discutir o que é mais ou menos nocivo para o desenvolvimento de uma criança, se é o castigo físico ou emocional. Talvez seja importante t

Espaço público: um novo olhar

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Basta um pequeno passeio a pé ou de bicicleta, aos arredores do próprio bairro, para quebrar a rotina das janelinhas e descobrir a cidade na qual habitamos. Cidade que não conhecemos, que não sentimos, que pouco vemos. Habituados que estamos a andar de carro ou ônibus, não desfrutamos da liberdade que existe em, por exemplo, pedalar uma bicicleta, como as crianças naturalmente desejam fazer. É certo que nos arriscamos quando vamos às ruas, tão pequenos e insignificantes humanos, frente às enormes máquinas de velocidade, fábricas ambulantes de mortes estúpidas e horrorosas. Mas as ruas precisam de nós, as calçadas precisam de nós, as praças e os pátios, os jardins, as pontes e os rios solicitam o nosso olhar e nossa presença, inteira. São todos personagens de nossas vidas, mesmo que não prestemos atenção. Quem sabe se nos dispusermos um pouquinho mais, começarmos devagar, experimentando, buscando algum prazer em uma forma diferente de estar, tão somente, no que um dia designamos como es

Reflexões sobre o bullying

Um dos temas mais discutidos em nossa sociedade, atualmente, diz respeito à prática de intimidação e perseguição realizada por um grupo de pessoas, contra uma outra pessoa, em geral sozinha e indefesa. Há uma série de estudos desenvolvidos pelo mundo todo acerca do que tem sido denominado o "fenômeno bullying" . Muito interessante perceber que o tal "fenômeno" vem ganhando repercussão na medida em que envolve diretamente a convivência escolar das crianças e adolescentes. Afirma-se que sua maior freqüência ocorre entre os meninos de 11 a 15 anos, não desprezando uma alta incidência entre as meninas também. São situações típicas e comuns, nas quais as humilhações, sutis, são encaradas como brincadeiras e não como agressões. Apelidos, fofocas, e-mails, fotos em celulares e até violência física são formas de praticar o bullying, gerando constrangimento, vergonha, culpa e medo na vítima, uma pessoa como outra qualquer, que é considerada diferente pelos seus agressores.