Relações Familiares: O Casamento de Rachel

Muitas são as obras de arte que discutem o tema família. Poderíamos enumerar diversos filmes absolutamente interessantes e imperdíveis, de nacionalidades diferentes. Porém, O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme, americano, lançado em 2008 e exibido nos cinemas brasileiros em 2009, é surpreendente.

Trata-se de um filme que abre várias possibilidades de discussão, desde a dependência das drogas até o significado de um ritual de casamento. É este ritual que organiza toda a ação do filme e propicia o reencontro de uma família, digamos assim, disfuncional e trágica.

As relações entre pai, filhas, mãe, irmãs e outros personagens são marcadas por uma tensão incômoda, que nos faz refletir sobre nossos próprios relacionamentos familiares, sobre coisas que gostaríamos de dizer e não dizemos, sobre sentimentos que temos uns com os outros e não revelamos, sobre a enorme dificuldade de nos comunicar... ouvindo e falando de forma espontânea, por exemplo.

Kim ( Anne Hathaway ) é a irmã e filha que volta ao lar por um período determinado, disparando situações e provocando diálogos reveladores, intensos e verdadeiros, bem como inesperados para uma festa de casamento. É ela também a imagem de nossas contradições, nossa fragilidade e agressividade, força e impotência ao mesmo tempo.

Nada a ver com o filme típico americano, à maneira Hollywood. Bem ao contrário, é cinema apenas humano, digno de tocar profundamente todos aqueles que se interessam pelas pessoas, pela afetividade e pelos conflitos que dela fazem parte.

Comentários

  1. De fato o filme se desenrola como você escreve: abre um leque de possibilidades para o diálogo íntimo para quem o assiste. Gostei muito!

    Ana Marly de Oliveira Jacobino

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  2. Tensão incômoda, disse vc. Põe incômoda nisso! risos.
    O filme, de fato, é muito bom! E acima de tudo, incomoda!
    Abraço e tudibom!

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