Nossos projetos: expectativas e frustração

Em geral é nesta época, de início de ano, que traçamos projetos importantes para nossas vidas, a serem realizados ou abortados no decorrer dos meses e dias que vão passando.

Pensamos em estudar mais, em dormir menos, em ganhar mais dinheiro, em investir nisto ou naquilo... Comprar o tal carro, móvel ou casa, fazer aquele curso e aquela viagem, conquistar novas coisas, pessoas ou posições. Mudar enfim o que nos incomoda, tentando organizar a bagunça de nossos desejos, expectativas e ambições.

Sabemos, de antemão, que nunca é possível dar conta: o dinheiro não chega, o curso não acontece, desistimos do carro novo, a viagem fica para o outro ano, não mudamos de emprego... Só com muito humor para agüentar tantas frustrações em nosso dia-a-dia, que foge das nossas mãos, de nosso controle, feito cavalo a galope ou pássaro liberto do cativeiro! Sem contar ainda com a possibilidade de surgirem situações trágicas, que envolvem doença, morte ou desemprego.

Infelizmente talvez tenhamos que aprender a realizar o constante exercício de diminuir nossas expectativas em relação à vida, a nós mesmos e aos outros. Fomos educados e acostumados a esperar muito, sempre estamos esperando, ansiosamente... Somos grandes expectadores de nosso próprio desempenho, do desempenho de nossos filhos, do olhar de nosso chefe ou cliente, do carinho de nosso parceiro.
É dessa forma que, sem perceber, vamos nos transformando em escravos e, do mesmo modo, escravizamos.
Sofremos e fazemos sofrer. Quem sabe valha a pena rever...

Comentários

  1. Andreia: o calendário é que muda por imposição do ser humano, mas a vida continua a mesma, o que podemos fazer é acrescentar cada vez mais consciência e menos expectativas, pois esperar muito leva a frustração maior.

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