Obra aborda Psicodrama e Educação

O texto abaixo foi escrito pelo colega e jornalista Rodrigo Alves, publicado em 5/07/2009 no Jornal de Piracicaba, por ocasião do lançamento de um livro sobre Psicodrama e Educação, do qual participo. Pela pertinência do tema e qualidade da matéria, resolvi publicá-lo aqui também.

Em de junho de 1989, um restrito grupo de alunos e professores se reuniam em Tietê para a formação da Escola de Psicodrama. Ali, estudavam as possibilidades de aplicação da educação emancipadora, método que propunha a mudança na relação professor e aluno e que hoje possui muitos adeptos. As vivências daquele momento e as análises dos resultados se transformaram no livro Psicodrama e Emancipação — A Escola de Tietê, organizado por Moysés Aguiar e com participação da psicóloga e psicodramatista piracicabana Andréa Raquel Martins Corrêa.
Dividida em 31 capítulos, a obra possui a colaboração de 30 autores, todos envolvidos com a pesquisa e aplicação do psicodrama — conhecido também como teatro espontâneo —, na tentativa de estabelecer uma relação de aprendizagem em que o aluno não precisava se submeter à autoridade e ao controle do professor e da instituição escolar.
Por ter estudado na Escola de Tietê entre os anos de 1995 e 1997, Andréa é a responsável pelo sétimo capítulo do livro, intitulado Teatro Espontâneo, Vida e Integração, em que ela discute a possibilidade de aplicação do que era transmitido na escola com a atuação profissional. "No capítulo, trato da prática da escola, da importância do trabalho pedagógico que ela propunha para quem fazia a formação na área. Discuto que muitas vezes era difícil sair de lá e encontrar formas de integrar o teatro espontâneo na prática", cita Andréa, que é também psicóloga e completou seus estudos no Instituto de Psicodrama e Psicoterapia de Grupo de Campinas.
Para Andréa, a escola se configurava como um espaço de criação e liberdade, justamente porque o conhecimento era produzido de forma coletiva, seja por seminários, vivências, debates ou oficinas. "Novos horizontes e novas perspectivas foram criadas pelo teatro espontâneo: era necessário aprender a experimentá-los na vida", diz o texto escrito por ela, que mais à frente cita uma das dificuldades: "Clientes nos procuram, no consultório, para se tratar; alunos vão à escola para aprender, não para brincar, infelizmente", ao lembrar que o teatro espontâneo buscava romper com determinados padrões de conhecimento.

ACEITAÇÃO: Em entrevista por e-mail ao Jornal de Piracicaba, Aguiar cita que o livro mostra que na ocasião da criação da Escola de Tietê já havia a aplicação das técnicas psicodramáticas que hoje são consideradas as mais avançadas. "A principal delas é a mudança na relação professor/aluno. O professor contemporâneo é um facilitador do processo de aprendizagem, considerando o aluno como um sujeito que não precisa de tutela, que já é emancipado desde o começo e que tem no mestre um apoio para fazer bom uso de sua liberdade", garante.
"Participei do movimento psicodramático exatamente na época em que alcançou o ponto mais alto de expansão, do ponto de vista da quantidade de adeptos. Mas muitos se entusiasmaram como ‘fogo de palha’. Com o tempo houve uma diminuição numérica e um aumento da qualidade. Hoje parece que as duas vertentes se encontram. A aceitação social depende muito da seriedade com que se faz o trabalho, que vence resistências quando consegue provar a que veio", explica Aguiar.

SERVIÇO — Psicodrama e Emancipação — A Escola de Tietê, com organização de Moysés Aguiar. Editora Ágora, 440 páginas. R$ 76,90.
Mais informações: (11) 3865-9890 ou pelo site www.editoraagora.com.br. Dados enviados pela assessoria de imprensa da editora.

Comentários

  1. Olá Andrea, entrei ontem de noitinha para ver seu espaço, mas a internet em casa não colaborou muito por causa da chuva.
    Hoje pela manhã, já na redação, li seus emails e vim novamente conferir.
    Parabéns pelo trabalho e muito obrigado pelos créditos!

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