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Mostrando postagens de maio, 2009

Reflexão: Direitos da Criança

É muito triste acompanharmos pela mídia e pela vivência do dia-a-dia o quanto nossas crianças e adolescentes estão expostos a uma sociedade que prima por valores consumistas e individualistas, produtores, por si mesmos, de toda a violência que testemunhamos e também reproduzimos em nossas relações. O Nono Princípio da Declaração dos Direitos da Criança, que orienta nosso ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente ), afirma: “A criança gozará de proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma. Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação, ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.” Isto posto, fico a me perguntar por que o trabalho infantil das crianças mais pobres é tão combatido e o trabalho das crianças na mídia não é

A necessidade de Brincar

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DEIXE SEU FILHO BRINCAR: CRIANÇA QUE BRINCA É CRIANÇA FELIZ! De 24 a 31 de Maio será realizada a Semana Mundial do Brincar, que busca dar visibilidade à necessidade de brincar que todas as crianças têm. O site http://www.aliancapelainfancia.org.br/ revela uma iniciativa interessante por parte de todos aqueles que estão preocupados com o desenvolvimento das crianças. Com tão pouco espaço nas cidades, tantos compromissos e exigências, poucas são as crianças que brincam livremente nos dias de hoje. Precisamos nos lembrar, no entanto, que brincar é a linguagem da criança, ou seja, é a principal forma de comunicação infantil. Por isso, quando desejamos nos relacionar bem com uma criança, podemos brincar com ela ao invés de conversar. As crianças expressam sentimentos, pensamentos e valores ao brincar; exercitam a imaginação, se socializam e aprendem a se relacionar com o mundo de forma prazerosa. É muito importante permitirmos que as crianças brinquem. Seria mais interessante ainda se nos

Educação para a Infância

Os primeiros anos de nossas vidas são muito importantes. Por isso, vale a pena conhecer um pouco as etapas do desenvolvimento de uma criança. O Bebê - Desde muito pequenino, o bebê já reage a quase todos os estímulos do ambiente que o cerca. Um barulho muito forte, por exemplo, pode assustá-lo. O som e a imagem da TV não são recomendados, pois podem deixá-lo agitado. No entanto, músicas calmas e tranqüilas, assim como a voz suave da mãe ou do pai, colaboram para que ele se aquiete e se sinta seguro. - É importante acariciá-lo e aconchegá-lo ao colo, oferecendo-lhe o máximo possível de contato físico. Desta maneira, ele se sentirá amado. Olhá-lo nos olhos ao alimentá-lo também é uma atitude desejável, bem como conversar e brincar com ele. - Os bebês sofrem mais do que se pensa: têm sensações, fantasias e temores inconscientes que merecem toda nossa atenção. Não se deve nunca deixá-los chorar sozinhos, com a desculpa de que ficarão ”mimados”. A Criança Pequena - Palavras de ordem: bri

Artigo: A Patologização da Infância

O Conselho Regional de Psicologia ( www.crpsp.org.br ) vem organizando diversas palestras e discussões para o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, ambos comemorados em 18 de Maio. Balada dos Direitos: Juntos em Defesa da Vida , é o título do evento, realizado em várias cidades do interior de SP. Chama a atenção, tanto nas pesquisas apresentadas pelos profissionais quanto no atendimento diário a crianças e adolescentes, a tendência, cada vez mais crescente, de “patologizar” os problemas infanto-juvenis. Isto significa que dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento, consumismo ou isolamento social vêm sendo tratados exclusivamente como doenças, impondo a prescrição de medicamentos controlados, como os psicotrópicos. Em nome da proteção e do cuidado, constatamos, dessa maneira, um grande número de crianças, já pequenas - 3 ou 4 anos -, tomando remédios para dormir, ficar calma, estud

Reflexão: Desafios da Maternidade

Atualmente, as mulheres desempenham muitos papéis na sociedade: são profissionais, donas de casa, esposas e mães. Ser mãe, ao contrário do que se pensa freqüentemente, é um processo diário de aprendizagem, uma experiência de relacionamento com os filhos e com o mundo. Nem sempre e nem a todo momento essa experiência é gratificante ou prazerosa. Há situações e fases em que angústias, inseguranças e frustrações podem predominar. Não há como pensar em uma mãe perfeita e feliz o tempo todo, pois isso não seria humano: nós, humanos, somos seres frágeis e vivemos em constante transformação. Nesse sentido é que seria bastante interessante e saudável admitir que não temos “super poderes”, que muitas vezes não é possível fazer tudo ao mesmo tempo e que podemos precisar da ajuda de outras pessoas para cuidar de nossos filhos e das tarefas domésticas.  Percebo uma crescente insatisfação no dia-a-dia das mães, relacionada a uma enorme sobrecarga de trabalho profissional e doméstico. A

Artigo: O Fim da Infância

A infância, bem como a adolescência, foi uma criação da modernidade, a partir de 1750, aproximadamente. Neste período, nasceu a Ciência - tal como a conhecemos hoje - e as idéias iluministas. A adolescência teve seu apogeu mais tarde, somente no século XX. Isto significa que tanto a infância quanto a adolescência são construções históricas, podendo ser situadas no processo de desenvolvimento da sociedade. Antes da Idade Moderna, a infância não existia e a criança era reconhecida como um adulto. Considerações específicas acerca da infância, conceitos sobre desenvolvimento infantil, estudos e medidas enfocando as crianças, são invenções recentes da humanidade. É curioso notar, porém, que estas conquistas vêm se perdendo. Não é difícil constatar o mais absoluto desprezo pelas necessidades das crianças, por parte dos adultos e das instituições. Mais uma vez na história, elas estão sendo concebidas como adultas. Basta olharmos os comerciais, as roupas e os sapatos fabricados para as meninas